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Folha de Londrina

Brasil deve manter arrocho fiscal, diz FMI

Reuters
04 set 2004 às 01:00

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Brasília - O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou ontem que o Brasil mantenha o arrocho fiscal, por conta do alto endividamento, apesar de reconhecer que as vulnerabilidades econômicas do País foram reduzidas e que o crescimento do PIB é sólido.
O Fundo, em comunicado divulgado em Brasília, afirma que a necessidade de manter superávits primários elevados ''implica no médio prazo que as possibilidades de aumento sustentado do investimento público deverão ser criadas sobretudo pela transferência de despesas correntes provenientes de áreas menos prioritárias''. O superávit primário é o resultado das receitas menos as despesas utilizado pelo governo para pagamento de juros da dívida pública.
O governo brasileiro tem reivindicado ao Fundo a exclusão de alguns projetos de infra-estrutura da contabilização do superávit primário, para garantir maiores investimentos públicos. O atual acordo com o Brasil prevê o superávit primário do setor público consolidado equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto(PIB) este ano.
''Considerando o nível ainda elevado da dívida pública brasileira, será crucial manter o compromisso do governo com a obtenção de superávit primário significativo'', disse o FMI em nota. Em entrevista à imprensa, o novo diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, disse que a expectativa é de que o Fundo complete por volta de março os trabalhos técnicos sobre um possível tratamento diferenciado no cálculo do superávit primário para investimentos em infra-estrutura que se mostrem rentáveis. ''Estamos trabalhando também com outros governos na América Latina e na África... O Fundo reconhece que o Brasil precisa de investimentos em infra-estrutura e também temos demonstrado nosso desejo de colaborar. Estamos trabalhando nos critérios'', disse o diretor-gerente.
O diretor-gerente visitou o Brasil pela primeira vez ontem. Ele se encontrou pela manhã com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Futuro - O FMI disse ainda que as vulnerabilidades econômicas do País foram reduzidas e ''a crescente capacidade de resistência da economia ajudou a proteger o País das turbulências recentes no mercado mundial''. Além disso, avaliou que o ''crescimento do PIB é sólido, beneficiando-se do forte desempenho das exportações, da retomada da demanda interna, e da elevação dos salários e dos níveis de emprego''.


Leia a matéria completa na edição deste sábado da
Folha de Londrina

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