Desarmar a população do Haiti por meio de uma campanha semelhante à realizada no Brasil. Esta é a proposta que está sendo negociada entre Brasil, Haiti e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O objetivo da campanha é reduzir o número de armas ilegais em circulação no país para garantir um pouco mais de segurança e tranqüilidade à população, que enfrenta intensos confrontos armados desde a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, em janeiro de 2004. O governo haitiano acredita que cerca de 300 mil armas estejam em circulação no país.
Segundo o assessor especial do Ministério da Justiça Marcelo Behar, para que a campanha seja realizada, é preciso haver um pleno entendimento entre os governos brasileiro e haitiano e as forças da ONU.
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"Imaginamos que, no início de abril, já possamos dar início à campanha", disse Behar. "Na próxima semana, um decreto similar à Lei do Desarmamento do Brasil começa a tramitar no Haiti para garantir as bases legais da campanha", informou Behar. Ele lembrou que, na primeira etapa da campanha realizada no Brasil, mais de 245 mil armas foram recolhidas.
O governo brasileiro tem feito pesquisas sociométricas para saber o valor de indenização que deverá ser paga, de maneira que o valor seja convincente para que o cidadão faça a troca.
"A expectativa é de que o valor da indenização a ser paga a todos os haitianos que entregarem suas armas gire em torno de R$ 80 a R$ 270, dependendo do calibre do armamento", estimou Behar. Segundo ele, estes recursos serão patrocinados por organizações multilaterais e por países que se sensibilizam com a situação do Haiti.