Pesquisadores da Unicamp trabalham no desenvolvimento do primeiro veículo elétrico nacional com células a combustível, uma tecnologia que utiliza o hidrogênio como fonte de energia.
O projeto, orçado em R$ 400 mil, foi encomendado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), e a intenção é de que seja concluído até o final do ano. Batizado de Vega II, o protótipo do carro deve ser exposto em agosto no Salão de Inovação Tecnológica, em São Paulo.
"A utilização das células a combustível como sistema de conversão de energia tem importância estratégica do ponto de vista ambiental e econômico", diz o físico e professor Ennio Peres da Silva, coordenador do Laboratório de Hidrogênio e do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), responsável pela pesquisa.
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"Além de não emitir poluentes, essa tecnologia permite reduzir a dependência por combustíveis fósseis, como o petróleo", afirma Ennio. Segundo ele, o único subproduto obtido com o emprego do hidrogênio é vapor d'água.
O que os cientistas chamam de célula a combustível é um dispositivo eletroquímico que transforma energia química do combustível em eletricidade. Sua principal função é combinar o hidrogênio com o oxigênio, que pode ser retirado da atmosfera, para a produção de energia elétrica.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que em 1998 o consumo mundial de energia primária proveniente de fontes não renováveis (petróleo, carvão, gás natural e nuclear) já correspondia a 86% do total, cabendo 14% às fontes renováveis. "Essa enorme dependência de fontes não renováveis tem acarretado a preocupação permanente com o seu esgotamento, além da emissão de grandes quantidades de poluentes na atmosfera", afirma o professor.