As prostitutas brasileiras estão dominando o mercado de alto luxo nas ilhas mais exclusivas da Espanha, segundo as conclusões de um congresso governamental.
De acordo com os participantes do evento, oito entre dez mulheres que exercem a prostituição no arquipélago mediterrâneo de Baleares (que inclui Palma de Mallorca, Ibiza, Menorca e Formentera) são brasileiras.
As autoridades estimam que a prostituição movimenta por ano mais de 300 milhões de euros (cerca de R$ 760 milhões) apenas nas ilhas da região.
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O diretor do Congresso sobre Prostituição e Direitos Humanos do governo balear, pedagogo da Universidade de Mallorca, Jaume Perelló, disse em nota à imprensa que, desde o ano 2000, os esquemas de prostituição nas ilhas estão mudando.
"Primeiro, mudou o perfil da mulher que exerce a prostituição", disse Perelló.
"Das espanholas que estavam na rua, passamos às sul-americanas que agora estão em prostíbulos de nível muito elevado em mansões com bares, piscinas e varandas com vista para o mar, entre outras comodidades, para captar uma clientela seleta e com capacidade econômica."
De acordo com o informe de conclusões do congresso, só na ilha de Mallorca, a maior e mais cara do arquipélago, com uma das rendas per capita mais altas da Espanha, atuam em torno de 2,5 mil prostitutas, 82% brasileiras.
O restante se divide entre colombianas, dominicanas, européias do leste e africanas. Estas últimas trabalham apenas nas ruas.
"Não podemos esquecer que esse fluxo é originado pela situação sócio-econômica dos países de origem dessas mulheres", afirmou Perelló.
Máfias
O informe diz que a chegada em massa de brasileiras às Ilhas Baleares, principalmente a Mallorca e Ibiza, tem ocorrido porque as máfias encontraram um mercado por explorar.
"As brasileiras se destacam por suas características físicas e personalidade", afirma o relatório. "Estão chegando aos prostíbulos de luxo para atender a uma demanda de certo tipo de clientes." O informe de conclusões do congresso chega a definir como "espetacular" as novas formas de serviços e captação da prostituição na região.
Segundo as cifras oficiais do Senado espanhol, o negócio da prostituição no país alcança 18 bilhões de euros (cerca de R$ 45 bilhões) por ano.