Um brasileiro que alega ter ido para Hong Kong, na China, com o intuito de trabalhar como garçom foi preso acusado de estar envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro com contas bancárias em pelo menos cinco países. O tocantinense Jefferson da Silva Sobrinho, de 34 anos, que morava no Pará, foi detido na imigração do aeroporto de Hong Kong no dia 13 de outubro ao tentar entrar na China a partir de Beirute, no Líbano. Sobrinho está preso no centro de detenção Lai Chi Kok em Kowloon, Hong Kong, onde aguarda julgamento.
Em entrevista à BBC Brasil, o brasileiro – que cursou apenas até a sétima série e não fala inglês – negou as acusações e disse que foi usado como "laranja" por um homem que o recrutou no Pará com promessa de trabalho em Hong Kong. "Eu só queria ser garçom, não sabia de nada sobre essa empresa no meu nome", disse.
Sobrinho viajava acompanhado de dois libaneses, que fugiram do aeroporto e estão sendo procurados pela polícia. O brasileiro foi parado pelos guardas da fronteira por estar na lista de suspeitos procurados por crimes comerciais.
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Segundo a polícia chinesa, Sobrinho é o único diretor da De Lux Trading, empresa fantasma registrada em Hong Kong cuja conta bancária serviria para lavar dinheiro ilegal aparentemente libanês. De acordo com os autos do processo, as transações ilegais feitas pela De Lux Trading em uma conta no banco Hang Seng, apenas entre os dias 13 e 21 de agosto passado, somaram mais de US$ 286 mil.
A polícia obteve imagens do circuito de segurança da agência bancária mostrando o momento em que o brasileiro assinou os documentos para a abertura da conta da De Lux no banco Hang Seng.
O processo está na Corte do Leste de Hong Kong (Eastern Court) e tramita em primeira instância. A data do julgamento será definida na próxima audiência, que está marcada para o dia 12 de dezembro.
As informações são da BBC Brasil.