Dois brasileiros foram condenados nesta terça-feira (26) a cinco anos de prisão cada um pela Justiça britânica por fabricarem de passaportes e documentos falsos em Londres.
Os dois brasileiros – Lucas Fernandez Jesus, de 27 anos, e Werleson Rodrigo Ferreira de Oliveira, de 25, – haviam sido presos em novembro após uma batida em uma pequena "fábrica" no bairro de Stamford Hill, no nordeste da capital britânica.
Segundo a polícia, os dois administravam uma das maiores fábricas de passaportes e documentos falsos já desmanteladas na Grã-Bretanha. No local foram encontrados scanners, computadores e impressoras, com capacidade para produzir cerca de 12 mil passaportes de países da União Européia e centenas de outros documentos de identidade, como carteiras de motorista e até mesmo certidões de nascimento. A polícia também encontrou no local 111 mil libras em dinheiro (cerca de R$ 460 mil).
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De acordo com um cálculo feito pela promotoria, cada passaporte poderia ser vendido por até mil libras esterlinas (cerca de R$ 3,7 mil), proporcionando um lucro da ordem de 12 milhões de libras.
A polícia chegou até os dois brasileiros após receber informações do dono de uma papelaria onde a dupla esteve para comprar papéis, tinta e maquinário especializado.
Altíssima qualidade - Segundo o promotor Simon Wild, os produtos apreendidos eram de altíssima qualidade e poderiam ser usados para viagens internacionais sem despertar suspeitas.
"Todos os materiais eram de alta qualidade e os produtos finais seriam indistinguíveis dos produtos reais, fora a marca d’água no papel que nenhum falsificador do mundo consegue fazer", disse ele.
De acordo com a defesa dos dois, o mercado em potencial para os documentos falsos seriam outros brasileiros que queriam trabalhar nos países da União Européia.
O juiz Georges Khayat disse que os documentos falsos poderiam cair nas mãos de terroristas. "Não aceito por nem um minuto que vocês teriam tomado todas as precauções para garantir que os documentos falsos não caíssem nas mãos erradas", disse. "Qualquer um que precisasse de um documento falso já tem as mãos erradas."
O juiz recomendou que os dois sejam deportados após o cumprimento de suas sentenças. Os dois brasileiros admitiram à Justiça sua culpa em conspirar para produzir documentos falsos entre janeiro e novembro do ano passado. Não está claro, porém, se a dupla de fato conseguiu vender os passaportes ou quanto eles teriam ganho com isso.
Fonte: BBC Brasil