Apesar de anunciar a ampliação das metas de atendimento do Programa Fome Zero, o ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, revelou que a velocidade de implementação do Cartão Alimentação está sendo prejudicada por falhas no Cadastro Único das famílias a serem atendidas em programas de transferência de renda. Segundo Graziano, a média de erro é de 25%.
Ele afirmou que a principal dificuldade é o grande número de famílias que constam no cadastro, sem satisfazer às exigências para participar de programas sociais, no lugar de outras, que deveriam ser atendias, mas estão fora do levantamento.
"O cadastro é ruim e eleitoreiro", afirmou, acrescentando que estão sendo retirados do cadastro aqueles que não precisam de auxílio, para depois incluir as famílias que erroneamente estão fora.
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De acordo com Graziano, dois de três municípios pesquisados não adotaram qualquer critério para incluir as famílias. "Há manipulações de tudo quanto é ordem e nós estamos tendo que refazer", disse.
A presidente do Conselho de Segurança Alimentar (Consea) do estado de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, rebateu as críticas. Ela foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e uma das pessoas que participaram das discussões da montagem do cadastro.
Maria Helena afirmou que a realização não foi eleitoreira e que as informações se basearam em dados técnicos. Graziano disse que, inicialmente, o cadastro único deveria ter registro de 11 milhões de famílias, mas que apenas 5,5 milhões foram inseridas.