Vinte e sete países de um total de 40 estudados por um conjunto de universidades da Inglaterra exercem a censura na internet, bloqueando o acesso a informações políticas, religiosas ou culturais, segundo um informe divulgado nesta sexta-feira (18) em Londres.
"A censura na internet cresce no mundo inteiro", constatou num comunicado John Palfrey, professor de direito da Universidade de Harvard.
"Embora seja de se esperar uma certa regulamentação à medida que este meio evolui, o controle e a vigilância podem prejudicar gravemente as liberdades civis e a vida privada e impedir as comunidades mundiais", alertou o especialista.
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Segundo a OpenNet Iniciative (ONI), uma associação entre as universidades britânicas de Oxford e Cambridge, a americana Harvard e a de Toronto (Canadá), vários governos de Ásia, Oriente Médio e África do Norte impedem aos seus cidadãos acesso às informações consideradas sensíveis vinculadas a política, cultura, sexualidade ou a religião.
"A forma como se efetua a censura vai se sofisticando à medida que melhoram os instrumentos da internet", destacou o estudo, feito em 2006, com milhares de sites de 120 provedores.
Atualmente, os governos podem bloquear não só as páginas na internet que abordam temas proscritos, mas também aplicações inteiras como YouTube, Skype ou Google maps.
Entre os 26 países onde se aplica a censura, alguns como Irã, China ou Arábia Saudita, proíbem um amplo leque de assuntos, enquanto outros só impedem o acesso a um único assunto, como a Coréia do Sul, que proíbe os sites favoráveis à sua vizinha do Norte.
Seis países praticam sobretudo a censura política: Mianmar (antiga Birmânia), China, Irã, Síria, Tunísia e Vietnã.
Os conteúdos sociais são restritos na Arábia Saudita, Irã, Tunísia e Iêmen, enquanto os sites de dissidentes e extremistas são proibidos em Mianmar, China, Irã, Paquistão e Coréia do Sul.
Ao contrário, os especialistas não detectaram nenhum tipo de censura nos demais 14 países estudados, apesar de que a princípio temiam encontrar algum tipo de restrição como em Afeganistão, Egito, Iraque, Israel, Rússia ou Venezuela.
"Poucos países limitam suas atividades a um único tipo de conteúdo. Uma vez iniciado o controle, este se aplica a um grande número de temas e pode ser utilizado para ampliar o controle do ciberespaço por parte dos governos", disse Rafal Rohozinski, da Universidade de Cambridge.
A ONI, que em seu estudo não incluiu os países da Europa e da América do Norte, prevê um aumento de governos de censura nos próximos anos.