A ONU afirmou neste domingo ter detectado os cinco primeiros casos de cólera na capital do Haiti, Porto Príncipe. As vítimas teriam sido levadas ao hospital depois de adoecer em Artibonite, ao norte da capital. Mais de 200 pessoas já morreram na região e 2.674 pessoas estão sob suspeita de infecção.
As mortes se concentram nas regiões de Artibonite e Plateau Central, ao norte da capital, Porto Príncipe. Na primeira, as autoridades já confirmaram a morte de 194 pessoas, além de outras 14, na última.
As localidades mais atingidas são Douin, Marchand Dessalines e arredores de Saint-Marc, a cerca de 100km de Porto Príncipe. No entanto, vários casos foram registrados na cidade de Gonaives e em vilarejos próximos à capital, entre eles Archaei, Limbe e Mirebalais.
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Os cinco pacientes em Porto Príncipe estão sob isolamento já que autoridades temem que o número de mortos possa se multiplicar dramaticamente, caso a doença chegue aos acampamentos improvisados para a população após o terremoto de janeiro.
Acampamentos sob risco
O tremor deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil. Até hoje, milhares vivem nos acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado a água potável. O cólera provoca febre alta, diarreia, vômitos e desidratação.
No sábado, o presidente haitiano, René Preval, disse que as autoridades estão tomando providências para que o cólera não ultrapasse os limites do foco original.
Agências humanitárias disseram, entretanto, que já haviam sido registrados casos da doença fora dessas regiões e que ela pode estar chegando à fronteira da República Dominicana.
Especialistas dizem que essa é a primeira epidemia de cólera em um século, por isso, a população não tem qualquer imunidade contra a bactéria.
Mais mortes
As autoridades temem que Acredita-se que o surto de cólera tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do rio Artibonite.
O governo brasileiro anunciou na sexta-feira que está ajudando a combater o problema. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde e pelo Itamaraty, o Brasil estaria pronto para distribuir suprimentos médicos, pastilhas para purificação de água, vasilhames, kits higiênicos e soro reidratante.
A nota diz ainda que técnicos brasileiros do Ministério da Saúde estão na capital Porto Príncipe, onde treinam agentes sanitários haitianos e preparam levantamento sobre necessidades de material médico.
Segundo o informe, na próxima semana o Brasil enviará ao Haiti, em voos especiais da FAB, antidiarreicos, sais para reidratação oral e antibióticos, além de luvas e outros materiais descartáveis.