A diocese de Roma abre nesta terça-feira o processo de beatificação de João Paulo II, primeiro passo para a santidade, menos de três meses depois da morte do Papa polonês aos 84 anos.
Uma cerimônia na basílica São João de Latrão, presidida pelo cardeal Camilo Ruini, vigário de Roma, marcará a abertura da investigação diocesana sobre "a vida, as virtudes e a reputação de santidade do servidor de Deus João Paulo II".
A beatificação foi anunciada no dia 13 de maio pelo Papa Bento XVI, seu sucessor, sem a observação do prazo mínimo regulamentar de cinco anos para o início do processo.
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No entanto, apesar das faixas de "Santo Já" exibidas pelos fiéis na praça de São Pedro durante o funeral de João Paulo II, Karol Wojtyla terá que superar, como todos os candidatos póstumos à santidade, o teste do julgamento.
O tribunal diocesano, presidido pelo cardeal Ruini, trabalhará a portas fechadas e procederá como qualquer instância judicial: investigação, audiência de testemunhas e especialistas, além da análise de documentos para buscar fatos que possam estabelecer que a vida de João Paulo II é digna de ser proposta como exemplo aos fiéis.
O processo deverá esclarecer se pode ser atribuído a João Paulo II um milagre póstumo, uma cura que a medicina não pode explicar, como sinal de seu brilhantismo espiritual além da morte.
Apesar de não constituirem provas decisivas, os testemunhos de milagres realizados em vida constarão do dossiê.
O arcebispo Stanislav Dziwisz, seu secretário-particular, afirmou que em 2002 um americano que sofria de um tumor no cérebro foi curado depois de receber a comunhão das mãos de João Paulo II.
O cardeal italiano Francesco Marchisano deu a entender que foi curado de um problema na garganta pelo Papa polonês.