Mais de 90% dos controladores de vôo brasileiros exercem uma segunda atividade para complementar a renda, revelou nesta terça-feira (22) o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, que representa os controladores civis. As informações são da Agência Brasil.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara, Botelho disse que os baixos salários e a falta de estímulo para a atividade fazem com que muitos controladores tenham que buscar outra ocupação nas horas de folga, como ser motorista de ônibus ou taxista.
Segundo ele, um controlador civil com 35 anos ganha no máximo R$ 3,2 mil por mês. Questionado por parlamentares se o desempenho de uma segunda função poderia prejudicar a atuação profissional e colocar em risco a aviação civil no país, Botelho afirmou que sim.
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De acordo com ele, outro problema que tem prejudicado o trabalho dos controladores, colocando o risco a segurança aérea, é a falta de cursos de inglês. "Nós já tivemos vários episódios de problemas. Eu me lembro de um episódio do avião pousar na pista de táxi, de avião arremeter porque o controlador não entendeu o que o piloto estava falando, de avião passar perto do outro."
No depoimento à CPI, Botelho voltou a apontar a desmilitarização do controle do tráfego aéreo no país como uma das principais saídas para a crise no setor. "A crise não é simplesmente uma crise porque aconteceu um acidente, ela é uma crise que está ligada a problemas estruturais, e o problema principal que é a gestão militar".