Os dez controladores de vôo que trabalhavam na torre de Brasília no dia da colisão do Boeing 737-800 da Gol com o jato Legacy serão ouvidos nas próximas segunda e terça-feira pela Polícia Federal.
Os locais do depoimento serão divulgados pela Aeronáutica. Os controladores de vôo que trabalhavam nas torres de Manaus e São José dos Campos serão ouvidos após a prorrogação de 60 dias do inquérito policial. O prazo inicial de 30 dias termina no próxima dia 5.
O delegado responsável pelo caso, Renato Sayão, segundo a Polícia Federal, disse que só ouvirá os controladores dessas cidades após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que três órgãos investigam as causas do acidente e as informações não são compartilhadas.
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Ainda no dia do acidente a Polícia Civil ouviu os pilotos do Legacy e iniciou a investigação. Seis dias depois, a competência foi passada para a Polícia Federal, mas a Civil não foi afastada. Uma Comissão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Infraero, também está no caso e se recusa a passar o resultado da análise das caixas-pretas, o que motivou a PF a pedir um posicionamento do STJ sobre qual o órgão responsável pelas investigações sobre a queda do avião da Gol, matando 154 pessoas.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, já havia afirmado que o sigilo das investigações conduzidas pelo Cenipa é garantido pela Convenção de Aviação Civil Internacional, conhecida como Convenção de Chicago. "Foi comunicado ao delegado [Renato Sayão, da Polícia Federal] que há uma norma internacional que impede o repasse de informações consideradas sigilosas para a integridade das investigações. Agora, se ele pedir o material à Justiça, e ela determinar, todas as informações serão encaminhadas", disse.