Dezenas de escolas e creches sul-coreanas suspenderam as aulas nesta quinta-feira por temor de que material radioativo que vazou da usina Fukushima Daiichi, no Japão, tenha atingido o país.
Vestígios de radioatividade foram identificados na chuva que atingiu a ilha de Jeju, na costa sul do país, segundo afirmou a agência nuclear da Coreia do Sul.
Apesar de as autoridades sul-coreanas afirmarem que não há risco à saúde humana, o governo de uma província permitiu o fechamento das escolas em resposta a temores dos estudantes e dos pais de alunos.
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Traços de radioatividade originada na usina japonesa danificada pelo terremoto e pelo tsunami do dia 11 de março já foram detectados por vários países.
Mas como um dos vizinhos mais próximos do Japão, a Coreia do Sul tem estado particularmente preocupada com a situação na usina.
Até agora, os sul-coreanos vinham sendo acalmados por boletins meteorológicos que indicavam ventos na direção leste, que estariam levando as partículas radioativas na direção do Oceano Pacífico.
Mas nesta semana as previsões vinham indicando uma mudança nos ventos, que sopram do Japão para a Coreia do Sul a partir desta quinta-feira.
Além disso, esta quinta-feira foi o dia mais chuvoso no país em meses, elevando os temores de que o material radioativo levado pelos ventos seja despejado sobre a população.
'Ansiedade'
Cerca de 170 escolas e creches cancelaram ou encurtaram as aulas nesta quinta-feira em uma província sul-coreana após o que um membro do governo chamou de "ansiedade sobre as declarações conflitantes sobre a segurança da exposição à radiação".
Havia uma preocupação particular sobre estudantes em áreas remotas que têm que caminhar longas distâncias até as escolas.
As escolas que decidiram manter as aulas receberam a recomendação de suspender atividades esportivas ao ar livre.
Na capital do país, Seul, as autoridades se recusaram a cancelar as aulas e pediram que pais e alunos mantenham a calma.
O governo sul-coreano diz que a quantidade de material radioativo detectada na chuva é minúscula, muito abaixo dos níveis considerados seguros, e não representa um risco à população.
"As quantidades são tão pequenas que uma pessoa pode tomar dois litros dessa água por dia durante um ano inteiro sem nenhum risco à saúde", afirmou um comunicado da agência nuclear do país.
As autoridades sul-coreanas disseram ainda que foram tomadas medidas para proteger os suprimentos de água potável de qualquer eventual contaminação.