O corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado às 15h31 (horário de Brasília) de sábado (17), foi cremado, confirmou a assessoria do Ministério das Relações dos Exteriores no Brasil. As cinzas serão trazidas para o Brasil pela tia do ex-instrutor de voo, a advogada Maria de Lourdes Archer, única parente viva do brasileiro condenado, que embarcou para Jacarta na última terça-feira.
Preso na Indonésia desde 2003, Moreira era carioca, tinha 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi detido quando tentava entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos dentro de tubos de uma asa delta em 2003. A droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raio-X, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.
Na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff tentou, em telefonema, convencer o presidente da Indonésia, Joko Widodo, a suspender a execução do ex-instrutor de voo, ressaltando que fazia um "pedido humanitário", "como chefe de Estado e mãe". No entanto, ela não obteve sucesso.
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Após tomar conhecimento - consternada e indignada - da execução do brasileiro, Dilma lamentou o episódio e destacou que a pena de morte, condenada crescentemente pela população mundial, afeta "gravemente" as relações entre Brasil e Indonésia. A presidente ainda dirigiu uma mensagem de conforto à família de Moreira e convocou o embaixador do Brasil em Jacarta para consultas.
Além do brasileiro, o primeiro a ser executado por crime no exterior, cinco presos foram condenados à morte ontem na Indonésia. Outro brasileiro preso e condenado à morte em Jacarta, que teve o pedido de clemência feito por Dilma também rejeitado pelo presidente da Indonésia, foi o surfista Rodrigo Gularte. Ele foi detido em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína.