O corpo de José Saramago, que morreu sexta-feira aos 87 anos, após falência múltipla dos órgãos em decorrência de problemas pulmonares e de uma leucemia crônica, será cremado hoje, às 8 horas (horário de Brasília), em cerimônia civil no cemitério lisboeta de Alto de São João, segundo informou a fundação que leva o nome do escritor.
As cinzas serão depositadas em sua cidade natal, Azinhaga, no Alentejo, e na casa em que ele vivia em Tías, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, desde 1993.
O avião C130 da Força Aérea portuguesa, que levava o corpo, onde também estavam familiares e autoridades portuguesas, chegou ontem ao aeroporto Figo Maduro, nos arredores de Lisboa, por volta das 9h45, procedente da ilha espanhola de Lanzarote, onde faleceu o escritor.
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Na chegada ao aeroporto, o corpo foi recebido com homenagens militares por membros do governo e de outros países de língua portuguesa (Angola e Moçambique). No avião, viajaram a ministra portuguesa de Cultura, Gabriela Canavilhas, a viúva do escritor, a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río, a filha do casamento anterior, Violante, familiares, amigos e seu biógrafo. O secretário-geral do Partido Comunista de Portugal, Jerónimo de Sousa, também presente no aeroporto, elogiou a "dimensão intelectual, artística, humana e cívica" do autor.
Um cortejo fúnebre transferiu o corpo do Nobel até a Câmara Municipal da capital, cujo salão de honra foi preparado para receber o velório, onde permaneceu por aproximadamente 24 horas para receber a homenagem de amigos, intelectuais, membros do Partido Comunista, ao qual Saramago foi filiado, e personalidades portuguesas. Na chegada do caixão, coberto por uma bandeira de Portugal, por volta das 10h40, cerca de 200 pessoas aplaudiram do lado de fora do prédio.
O governo português declarou dois dias de luto nacional. Uma delegação espanhola liderada pela vice-primeira-ministra da Espanha, Maria Teresa Fernandez de la Vega, chega hoje à Lisboa para prestar a última homenagem ao escritor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.