A presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, da Gol, Angelita De Marchi, disse nesta segunda-feira, durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara, que os parentes das 154 vítimas do acidente ocorrido em 29 de setembro de 2006 esperam que o relatório da Comissão traga respostas sobre as causas e os responsáveis pela crise do setor aéreo.
"A expectativa é de que realmente tenhamos respostas, que as pessoas não tenham vindo expor todos os problemas para, depois, ficarmos sem informação. Esperamos que nossas sugestões sejam averiguadas e atendidas", afirmou.
Nesta terça-feira, o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), começará a apresentar seu parecer final sobre as investigações. Ele disse que serão incluídas 32 propostas depois de ouvir as críticas, sugestões e depoimentos dos parentes das vítimas.
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Durante a audiência, com a participação também dos parentes dos mortos no acidente com o Airbus A320 da TAM, ocorrido em 17 de julho deste ano, a Associação cobrou rapidez no pagamento das indenizações e prorrogação, por mais um ano, do plano de saúde oferecido pela Gol.
Os parentes também reclamaram da falta de apoio da Gol e da Força Aérea Brasileira (FAB) para homenagear as vítimas no próximo dia 29. Angelita De Marchi informou que a Associação pediu transporte até Brasília, onde planeja realizar uma cerimônia, no Jardim Botânico. À FAB a Associação pediu transporte à Fazenda Jarinã, em Mato Grosso, para "agradecer o apoio e o carinho do dono e dos funcionários, que se colocaram à disposição para atender a todos". Segundo a presidente, ainda não houve resposta.
Angelita De Marchi disse que por receio da lentidão da Justiça brasileira, a maioria dos parentes preferiu recorrer à Justiça norte-americana: "Nos Estados Unidos, o tempo médio de tramitação de uma ação é entre um ano e meio e três anos, enquanto no Brasil essa média é de cinco a dez anos, quando não chega a 40 anos, como vemos alguns casos".
Ela responsabilizou pelo acidente os norte-americanos Joe Lepore e Jan Paladino, que pilotavam o jato executivo Legacy quando colidiu com o Boeing da Gol: "Pelo que temos acompanhado, todos os indícios levam à culpa deles, por não terem experiência no avião que conduziam, por desligarem o transponder (equipamento capaz de evitar colisões entre aeronaves) e por não cumprirem o plano de vôo".
ABr