A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembléia Legislativa do Paraná para investigar, entre outras coisas, a gestão da Banestado Leasing, tem o dever de levar até o fim o pedido de exumação do corpo do ex-diretor da instituição e ex-secretário de Esporte e Turismo do governo Jaime Lerner (PFL) Osvaldo Magalhães dos Santos.
As circunstâncias do acidente não foram devidamente esclarecidas, o que abriu brechas para que no meio político, sobretudo, se levantassem dúvidas nos últimos anos. Nesta semana, as suspeitas voltaram às páginas dos jornais.
O deputado estadual Mário Sérgio Bradock (PMDB) agravou a polêmica ao afirmar que não encontrou na ficha de Osvaldo Magalhães, no Instituto Médico Legal (IML) em Curitiba, laudo técnico de arcada dentária. O deputado aponta ainda outras falhas na identificação feita, como a cor do cabelo da vítima e a sua altura.
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Uma exumação, por mais doída que seja para a família do ex-deputado federal Joaquim dos Santos Filho, acabaria de vez com as especulações políticas de que a morte de Osvaldo Magalhães foi forjada ou até premeditada para proteger e esconder os envolvidos nas irregularidades cometidas na Leasing.
Operações de leasing sem qualquer garantia de devolução, compra de títulos podres que viraram um 'mico' para o Estado e outras decisões administrativas questionáveis marcaram a gestão de Osvaldo Magalhães, de acordo com o que constatou o Ministério Público do Paraná. Pelos cálculos dos promotores que apuraram o caso, as operações deixaram rombo de R$ 400 milhões aos cofres públicos.
Osvaldo Magalhães era homem de influência no governo passado. Não foi demitido do governo quando pipocaram as primeiras denúncias em 1997. Pelo contrário, foi promovido a secretário de Esporte e Turismo. Ajudou na organização dos Jogos Mundiais da Natureza, tema investigado por outra CPI em trâmite na Assembléia.
A mesa executiva da Assembléia do Paraná deveria apoiar a iniciativa da CPI e oferecer toda a ajuda técnica para embasar o encaminhamento do pedido junto à Justiça. Não é criação de fato político deste ou daquele deputado, isso que os nobres deputados precisam levar em conta. Vários depoentes convocados para falar sobre a gestão da Leasing ponderaram, mesmo que nos bastidores, a dúvida que ainda ronda a morte de Osvaldo Magalhães. Por que não acabar com este mistério e dar sossego à família?