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Abuso sexual

Criador do WikiLeaks será extraditado

Agência Estado
03 nov 2011 às 09:44

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Um tribunal de Londres autorizou nesta quarta-feira (2) a extradição de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, para a Suécia, onde terá de responder às acusações de abuso sexual supostamente ocorrido no ano passado. Ele ainda poderá recorrer à Suprema Corte britânica, informou uma fonte próxima a Assange.

A decisão é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que se desenrola há meses, ao longo da qual Assange foi condenado à prisão domiciliar e o WikiLeaks fechou temporariamente. Na sua sentença, dois juízes do tribunal de recursos britânicos disseram que não "deve ser considerado desproporcional" o mandado de prisão europeu que prevê a extradição de Assange, uma vez que está relacionado a "graves crimes de natureza sexual", que ele nega ter cometido (mais informações nesta página).

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Um juiz britânico determinara que Assange deveria retornar à Suécia para responder pelas acusações de abuso sexual, coerção ilegal e estupro feitas por duas voluntárias do WikiLeaks em Estocolmo, em agosto de 2010. A decisão atual foi emitida ontem depois de um recurso apresentado por Assange.

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Segundo os advogados, seu cliente terá 14 dias para decidir se tentará recorrer da sentença.

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"Analisaremos eventuais medidas nos próximos dias", Assange afirmou num breve comunicado. Se recorrer, ele será ouvido pelo mesmo juiz que ontem rejeitou veementemente o seu recurso. Caso a decisão seja mantida, Assange será extraditado para a Suécia no prazo de dez dias.


Centenas de milhares de documentos militares sigilosos dos EUA sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e telegramas diplomáticos secretos do Departamento de Estado passaram a ter destaque nas primeiras páginas dos jornais do mundo todo no ano passado. Assange assumiu a responsabilidade pelas divulgações, afirmou aos repórteres, como uma maneira de dar publicidade a documentos que, na sua opinião, contribuiriam para reformar o governo.

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Assange anunciou no mês passado que o site sairia do ar porque não dispunha de recursos em consequência do bloqueio das doações, feitas por meio de cartões de crédito - por companhias como Visa e MasterCard - e por transferências eletrônicas da Western Union e PayPal.


Ele condenou a rigorosa legislação da Suécia sobre crimes sexuais, afirmando que o país é "a Arábia Saudita do feminismo" e comparou-se ao defensor dos direitos civis Martin Luther King.

Pessoas que o apoiam e celebridades como as socialites Jemima Khan, Bianca Jagger e o jornalista John Pilger frequentemente definem o caso com uma batalha pela liberdade de expressão. Assange sugere que forças do governo dos EUA estão por trás das acusações de crimes sexuais com a finalidade de silenciá-lo.


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