Familiares das vítimas e sobreviventes de um incêndio a um supermercado em Assunção (Paraguai), em agosto de 2004, que provocou a morte de 364 pessoas, cometeram atos de vandalismo pelas ruas da cidade ao serem informados que os donos do estabelecimento foram condenados a cinco anos de prisão. Os protestos ocorreram na noite desta terça-feira (05) e duraram mais de sete horas. As informações são da BBC Brasil.
A promotoria havia pedido a condenação dos réus por homicídio doloso (com intenção), o que poderia resultar em uma pena de até 25 anos de prisão. Os promotores acusavam os donos do supermercado de terem ordenado o fechamento dos portões do recinto após o início do incêndio para evitar o roubo de mercadorias.
Dois dos três juízes do caso entenderam que os acusados haviam cometido homícidio culposo (sem intenção), crime que, no Paraguai, prevê a pena máxima de cinco anos.
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Antes mesmo de ser divulgada a sentença, num clube militar, os presentes jogaram cadeiras e ventiladores contra os integrantes do tribunal de Justiça e policiais.
A revolta chegou às ruas de Assunção e, na noite de terça-feira, mais de sete horas após o início do tumulto, a tropa de choque continuava em ação, atirando pedras e balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Carros foram incendiados e um supermercado – dos mesmos donos do supermercado – saqueado.
Estimava-se que mais de 30 pessoas foram presas e 51 feridas.
Na tentativa de estancar o caos e diante das críticas contra a Justiça e o governo, o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos disse à noite às emissoras de rádio e de televisão do país que deverá ser realizado novo julgamento para os empresários Juan Pío Paiva e seu filho Víctor Daniel Paiva, proprietários do shopping Ycua Bolaños, no subúrbio de Assunção.