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Após rebelião

Declarado estado de exceção no Equador

Agência Estado
30 set 2010 às 19:19

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O presidente do Equador, Rafael Correa, decretou nesta quinta-feira, 30, estado de exceção em todo o país por cinco dias para frear um protesto de militares e policiais contra uma lei que corta os benefícios de setores do funcionalismo público.

"Uma vez que setores da polícia abandonaram irresponsavelmente seu trabalho, tivemos de declarar o estado de exceção", disse o ministro de Segurança Doméstica, Miguel Carnaval, a jornalistas.

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Correa acusou setores da oposição, entre eles o ex-presidente Lúcio Gutierrez de organizar um golpe de Estado contra ele. Policiais ocuparam os principais quarteis de Quito e o Congresso. O aeroporto da capital foi tomado por oficiais da Força Aérea.

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Rodovias foram bloqueadas e houve relatos de distúrbios e até roubos de bancos. Outros setores do funcionalismo também afetados pela nova lei se uniram aos protestos, incluindo os estudantes.

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Correa se dirigiu ao quartel geral de Quito para falar com os manifestantes e disse que não iria voltar atrás sobre a lei, que visa diminuir os gastos do Estado com o funcionalismo.


"Se vocês querem matar o presidente, aqui está ele. Matem-me!", disse, recusando-se a recuar na nova lei.

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Correa isolado


Os policiais debelados atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra o presidente, o que o levou a ser internado no hospital do quartel. Então, o prédio foi cercado.

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Falando por telefone à rádio estatal, Correa qualificou os distúrbios como golpe. O presidente afirmou que "a história irá julgá-los (os manifestantes)". "Eu convoco a polícia patriótica a se submeter" à liderança do presidente, afirmou.


Escolas e lojas foram fechadas por causa da falta de proteção policial. Há relatos de saques em algumas cidades do país, incluindo na capital, onde pelo menos dois bancos foram saqueados, e na cidade costeira de Guayaquil. O principal jornal do país, El Universo, informa que houve assaltos em supermercados e roubos por causa da ausência da polícia.

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Reação popular


Centenas de partidários de Correa marcharam até a praça da Independência, no centro de Quito a fim de demonstrar apoio ao presidente.

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O ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, convocou os partidários de Correa a marcharem ao hospital do quartel para retirá-lo de lá.


O povo marchou até o hospital e entrou em confronto com os policiais rebelados. Ao menos uma pessoa ficou ferida com um tiro no braço, segundo a rádio estatal. Os partidários do presidente atiraram pedras nos policiais e foram repreendidos com tiros e bombas de gás.

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Apoio da cúpula militar


A cúpula militar equatoriana afirmou seu apoio ao presidente Rafael Correa, assim como outras instituições do Estado.


"Pedimos calma. Agentes políticos estão desinformando elementos militares", disse o comandante general das Forças Armadas, general Ernesto González

Em comunicado conjunto, o Conselho Nacional Eleitoral, o Parlamento, A Corte Nacional de Justiça, a procuradoria-geral e a controladoria-geral da República defenderam o presidente.


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