O primeiro-secretário da Câmara dos Deputados Federais, deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), classificou como "nefasta artimanha para afrontar o Poder Legislativo" o lançamento, ontem, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, do Plano Nacional de Direitos Humanos, que, entre outros pontos, prevê a possibilidade de casamento entre homossexuais.
Ele entende que essa é uma "ingerência indevida em questão que só pode ser decidida pelo Poder Legislativo", e faz um apelo ao Presidente da República. "Que deixe o Poder Legislativo cumprir a sua função maior de legislar. Se a proposta de casamento gay não foi aprovada pelos deputados, certamente é porque entenderam que o projeto não atende aos interesses da população".
Severino se diz "indignado com essa forma vil de o Governo, de maneira sorrateira, querer tomar para si a tarefa maior do Poder Legislativo, que é a de legislar". "Querem humilhar esta Casa, fazendo da Câmara e do Senado meros órgãos carimbadores das decisões do Governo".
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Cavalcanti ressalva que nada tem contra os homossexuais. "Eles merecem todo o respeito como cidadãos e, até como cristão, repudio qualquer forma de violência contra o ser humano, mas não podemos aceitar o casamento entre homossexuais pois, pela Constituição brasileira, o casamento ou a união civil só pode ser realizado entre um homem e uma mulher".