O relatório "Deter as mudanças climáticas é possível" da rede WWF divulgado nesta quinta-feira (03), aponta uma série de caminhos e idéias para o combate do aquecimento global. O estudo destaca iniciativas ao redor do mundo, da Índia ao Brasil, para economizar energia e reduzir a poluição por gás carbônico listando 15 maneiras de como pessoas, empresas e governos podem trabalhar com o WWF e reduzir as emissões de CO2 e ajudar o clima do planeta.
Enquanto ainda há governos que tentam obstruir as negociações internacionais, outros utilizam diferentes tipos de as energias renováveis e as técnicas de eficiência energética para diminuir a emissão de gases causadores das mudanças climáticas. Um dos exemplos mostrados no relatório é brasileiro. No país, mesmo com uma matriz majoritariamente renovável, a tendência é de que haja aumento no número de usinas térmicas e grandes hidrelétricas. Pensando nisso, WWF-Brasil publicou o estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020, em setembro de 2006, que propõe soluções como a diversificação da matriz elétrica com adoção de fontes energéticas renováveis não convencionais e a redução do desperdício com técnicas de eficiência energética.
Segundo as projeções da Agenda Elétrica Sustentável 2020, medidas como estas podem levar o país a evitar a emissão de 413 milhões de toneladas de CO2 até 2020. O número equivale à poluição de 30 mil carros populares a gasolina viajando do Oiapoque ao Chuí anualmente neste mesmo período.
Leia mais:
Tarifas em governo Trump 2 podem provocar invasão de produtos chineses no Brasil
Rupert Grint, de Harry Potter, deve pagar R$ 14 milhões em batalha judicial
Argentina anuncia reforma migratória que pode afetar brasileiros no país
Japão recolhe réplica de espada de Harry Potter por violação da lei de armas
Toda esta economia seria feita sem a necessidade da construção de grandes hidrelétricas, garantindo a segurança energética do país e ainda poupando R$ 33 bilhões para os brasileiros.
Entre outras maneiras de parar o aquecimento da Terra, o relatório também traz a experiência de outros países, como a nova lei de incentivo à produção de biocombustíveis na Tailândia e a campanha no Reino Unido para mostrar como cada cidadão pode reduzir seu consumo de eletricidade se os aparelhos eletroeletrônicos forem desligados da tomada.
O terceiro grupo de trabalho do Painel Intergovenamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) que se reúne em Bangkok esta semana, deve mostrar o alto custo de não tomar ações emergenciais com o objetivo de deter as mudanças climáticas. "Vai sair muito mais caro reparar as conseqüências de tempestades, cheias e secas e os impactos econômicos das mudanças na agricultura que implementar medidas agora para estabilizar as mudanças climáticas", afirma Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de Conservação de Programas Temáticos do WWF-Brasil.
A rede WWF acredita que é muito perigoso que a temperatura do planeta ultrapasse os 2°C, por isso a humanidade tem a difícil tarefa de cortar as emissões globais de CO2 em 50% até a metade deste século. Estudos independentes, como o Relatório Stern, do governo do Reino Unido, já demonstraram isso em números.
"Nós temos tecnologia disponível e as ferramentas econômicas para mudar esse cenário. Agora é preciso que todos se engajem para que possamos ter um planeta saudável", comenta Karen Suassuna, técnica em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil.
Fonte: WWF-Brasil