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Celular nas celas

Direção de presídio é exonerada após denúncia

Redação - Folha de Londrina
08 set 2003 às 17:01

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O secretário da Administração Penitenciária do Rio, Astério Pereira dos Santos, exonerou hoje os diretores do Instituto Penal Vicente Piragibe, no complexo de Bangu, zona oeste. Segundo a assessoria do secretário deixam os cargos o diretor Constantino Vieira Cokótos, o vice-diretor e o chefe de segurança do presídio.

A medida foi tomada após a exibição de imagens de presos falando ao celular, vendendo e fumando maconha na unidade. As imagens foram gravadas e divulgadas no programa "Fantástico", na noite de ontem.

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Também foram denunciadas falhas de bloqueadores celulares nos presídios de segurança máxima do complexo, como Bangu 1, 2, 3 e 4. Segundo a secretaria, não existe bloqueador no presídio Vicente Piragibe.

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As denúncias serão apuradas pela Assembléia Legislativa do Rio. Deputados que integram a Comissão de Segurança devem avaliar se convocarão os secretários da Segurança, Anthony Garotinho, e da Administração Penitenciária para falar sobre o caso.

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Chinês


Pereira dos Santos também disse hoje concordar com declarações de Garotinho sobre a existência de policiais que usam a tortura como método de investigação. A declaração foi feita ontem, após culto em uma igreja presbiteriana em Laranjeiras, zona sul.

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"Quem pode negar que a polícia brasileira pratica tortura? Eu seria um hipócrita. [A polícia] Pratica tortura. Estamos preocupados com um novo tipo de policial. Reformulamos a Polícia Civil. Não é possível que se substitua uma mentalidade desenvolvida no país interior ao longo de muitos anos", afirmou.


Garotinho disse também que no caso do comerciante chinês naturalizado brasileiro Chan Kim Chang, morto após supostamente ser espancado no presídio Ary Franco, no Rio, os acusados são agentes penitenciários, não policiais. "É uma outra categoria. Não tiveram formação na academia como a polícia. Isso não quer dizer que não haja excesso na PM", disse.

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O secretário da Administração Penitenciária disse, assim como Garotinho, que a prática da tortura existe no país inteiro. "Só uma pessoa sem informação, um louco pode praticar uma coisa dessas. Quem não tem informação não pode trabalhar conosco [no sistema prisional]", disse Pereira dos Santos.


Investigação

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A Delegacia de Homicídios do Rio, que passou a investigar a morte do comerciante na semana passada, deverá ouvir novas testemunhas do caso. O delegado responsável pelo inquérito, Marcelo Fernandes, visitará hoje a cela onde Chang ficou detido no presídio Ary Franco.


Seis agentes penitenciários acusados de envolvimento na morte tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. Eles estão presos. A versão dos seis é a de que o comerciante se machucou depois de um surto, no qual teria se debatido e batido a cabeça em um arquivo.

Informações Folha Online


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