Os corpos das últimas 125 vítimas não-identificadas do tsunami que arrasou partes do sul da Ásia há dois anos foram enterrados nesta quarta-feira (6) na Tailândia. A cerimônia de sepultamento no balneário de Khao Lak foi simples e começou com orações de representantes das religiões budista, muçulmana e cristã, já que não se sabe qual era o credo dos mortos.
Segundo informações da BBC Brasil, ao todo, cerca de 5,4 mil pessoas morreram no país em conseqüência do desastre natural – a maioria delas, turistas estrangeiros. Cerca de três mil pessoas continuam desaparecidas.
Os trabalhos de identificação dos corpos recuperados, muitas vezes em adiantado estado de decomposição, vêm sendo considerados o maior projeto de medicina legal da história. Os últimos corpos a serem sepultados foram aqueles que as autoridades conseguiram identificar por meio de testes de DNA e por análises da arcada dentária.
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Ilegais - Acredita-se que a maior parte dos enterrados em Khao Lak eram asiáticos - talvez muitos trabalhadores ilegais de Mianmar, cujas famílias não tiveram condições de viajar à Tailândia para reconhecer os corpos.
De acordo com a BBC, um cemitério especial foi construído para as vítimas do tsunami em frente ao instituto médico legal de Khao Lak. Os cadáveres foram enterrados com implantes de microchips dentro de caixões de alumínio, caso seja preciso desenterrá-los no futuro.
A cerimônia desta quarta-feira foi vista por muitos como um encerramento da traumática experiência do tsunami em Khao Lak, a região que mais sofreu com o tsunami na Tailândia.
O setor turístico da região demorou muito mais tempo para se recuperar do que no outro grande balneário tailandês, a Ilha de Phuket. Só recentemente, os hotéis começaram a registrar um aumento acentuado no número de turistas. Alguns inclusive recuperaram os níveis de ocupação pré-tsunami, mas o rastro da destruição das ondas gigantes ainda pode ser visto.
A maior parte das casas e barcos pesqueiros destruídos foram reconstruídos em um enorme mutirão que envolveu milhares de estrangeiros. Há até quem diga que houve reconstrução demais, já que o número de barcos pesqueiros na região hoje seria duas vezes maior do que antes do tsunami. No entanto, dois anos depois da tragédia, muitos moradores ainda precisam de apoio psiquiátrico, depois de perder vários integrantes de suas famílias.