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Nada de trégua

Dois israelenses são mortos em atentados suicidas

Redação - Folha de Londrina
12 ago 2003 às 17:03

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Dois israelenses foram mortos e ao menos 12 ficaram feridos em dois ataques suicidas realizados nesta terça-feira, um na cidade de Rosh Ha'ayin, no centro de Israel, e outro perto do assentamento judaico de Ariel, na Cisjordânia, informou a polícia.

Uma pessoa foi morta quando o homem-bomba atacou um mercado na cidade de Rosh Ha'ayin, na região da grande Tel Aviv. Dez pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave, segundo Doron Kotler, responsável local do Maguen David Adom, o equivalente israelense à Cruz Vermelha.

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Outra pessoa morreu quando um suicida se explodiu em um ponto de ônibus perto do assentamento judaico de Ariel, disse a polícia. Segundo o comandante da polícia israelense, Shlomo Aharonichki, o ataque deixou dois feridos. Os homens-bomba também foram mortos nas explosões.

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"O homem-bomba se matou na entrada de Ariel e seu corpo foi encontrado destroçado pela explosão", disse o dirigente da localidade, Ron Nahman, à rádio pública israelense.

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O grupo extremista islâmico Hamas reivindicou o ataque da Cisjordânia. Um indivíduo que não se identificou reivindicou o ataque em nome do Izzedin al Qassam, braço armado do Hamas, informando que o homem-bomba se chamava Yussef Ekfechi, tinha 21 anos e procedia da cidade de Nablus (norte da Cisjordânia).


Pouco antes, o porta-voz do Hamas, Ismail Haniye, afirmou que seu movimento continua comprometido com a trégua, mas acrescentou: "O inimigo israelense é responsável pela situaçção porque rejeitou o cessar-fogo e adotou uma posição radical".

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Uma facção local das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo armado vinculado ao movimento Fatah, do dirigente palestino Iasser Arafat, reivindicou o atentado perto de Tel Aviv.


Toda a região de Kfar Saba, próxima da "linha verde" que separa Israel da Cisjordânia e de frente para a cidade palestina de Qalqiliya, foi cercada pela polícia israelense depois dos ataques.

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Os dois atentados, ocorridos com poucos minutos de diferença entre um e outro, são os mais graves desde a proclamação de uma trégua nos ataques antiisraelenses, em 29 de junho. Eles aconteceram depois que o Hamas ameaçou vingar a morte de dois de seus membros em uma incursão militar em Nablus, norte da Cisjordânia.


Dirigentes israelenses imediatamente responsabilizaram a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e seu primeiro-ministro, Mahmoud Abbas (conhecido também como Abu Mazen), acusando-os de não terem feito nada para impedir os atentados.

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"Prevenimos a ANP que as organizações terroristas palestinas preparavam atentados contra Israel e eles não fizeram nada para impedir isso", declarou Avi Pazner, porta-voz do governo israelense.


Num ato contínuo, Israel teria decidido adiar a libertação de 69 prisioneiros palestinos que ocorreria hoje, de acordo com uma fonte que não quis ser identificada. O presidente israelense, Moshe Kastav, assinou a ordem de libertação na noite de domingo (10).

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Trégua


Mazen disse que abreviou sua visita ao golfo Pérsico nesta terça-feira em resposta aos dois atentados, que ocorreram após um período de relativa calma nos ataques palestinos contra Israel.

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Mazen condenou os ataques, mas afirmou que praticamente todos os dias o Exército de Israel se infiltra em áreas palestinas, o que teria provocado os ataques.


"Estou abreviando minha visita e volto para casa ainda hoje. Condeno os dois ataques contra israelenses e também condeno as recorrentes provocações israelenses. Mas a ANP vai trabalhar duro para manter a trégua e a tranquilidade", disse Mazen, que está no Qatar.


Ele acrescentou que os ataques israelenses não estão contribuindo para a criação do clima necessário para manter o cessar-fogo de três meses anunciado por grupos radicais palestinos no dia 29 de junho.


Os ataques ameaçam o plano internacional de paz para o Oriente Médio --elaborado por ONU (Organização das Nações Unidas), UE (União Européia) Rússia e EUA-- já enfraquecido por recriminações mútuas entre Israel e palestinos. O plano prevê, entre outras medidas, a criação de um Estado palestino até 2005.

Informações Folha Online


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