Uma iniciativa do Peru para agradecer aos países e às agências internacionais que ajudaram nos resgates do terremoto que abalou o país neste mês transformou-se em uma gafe internacional.
Mil garrafas de pisco, a famosa bebida alcoólica do Peru, tiveram de ser recolhidas devido a reclamações. As garrafas tinham o rótulo "Pisco 7.9", em referência à magnitude na escala Richter do terremoto, que matou cerca de 500 pessoas.
A cidade de Pisco, que leva o mesmo nome da bebida, foi uma das mais atingidas. A opinião pública criticou fortemente a iniciativa, forçando os produtores a recolher o estoque.
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Até mesmo o primeiro-ministro do país, Jorge del Castillo, disse que o rótulo da bebida era infeliz, mas destacou que a iniciativa partiu de produtores privados, e não do governo.
No entanto, o ministro da Produção do país, Rafael Rey, participou da elaboração da idéia. Após a onda de críticas da imprensa e da opinião pública, Rey disse que não era intenção dos idealizadores debochar da cidade de Pisco.
Necessitados - Ainda assim, o rótulo da garrafa foi visto como uma grande gafe.
Três quartos do centro da cidade de Pisco foram destruídos e cerca de 300 pessoas morreram.
O pisco é feito nas regiões produtoras de uvas do Peru e do Chile, e ambos os países o consideram sua bebida nacional.
A existência de uma cidade chamada Pisco é vista por peruanos como uma prova de que a bebida tem origem peruana.
A oposição peruana questionou por que o governo está desperdiçando recursos para produzir uma edição especial de pisco, enquanto algumas vítimas do terremoto ainda não receberam ajuda.
Algumas agências de ajuda internacional afirmam que vilarejos a cerca de 50 quilômetros de Pisco ainda precisam de cobertores e comida, mais de uma semana após a ocorrência do terremoto.