O universo virtual da Second Life está a caminho de se tornar um campo de caça para as grandes multinacionais que buscam os jovens talentos da tecnologia e da inovação, mas não no mundo imaginário da internet, na vida real.
Cinco importantes empresas francesas -Alstom, Areva, CapGemini, L'Oréal e Unilog- participarão nos dias 19, 20 e 21 de junho de um "salão virtual do emprego" no mundo virtual da Second Life (SL).
Na mesma semana, a filial francesa do gigante americano da consultoria, a Accenture, organizará também na Second Life uma campanha para contratar candidatos com perfis ideais para o setor de tecnologia.
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O "pioneiro" neste tipo de iniciativas é, no entanto, o grupo francês de trabalho temporário Vedior, que há poucas semanas abriu uma agência "Expectra" na SL.
"Em 15 dias recebemos mais de 500 visitas em nossos escritórios e mais de 40 pessoas deixaram seu currículo", declarou nesta sexta-feira à AFP Eric Toussaint, responsável de marketing do "Expectra", que é especializada na busca de executivos.
Mas embora as ofertas sejam feitas na Second Life, os contratos são de verdade e serão feitos no mundo real, depois de entrevistas que nada terão de virtual.
Sobre o porquê, então, de fazer a busca na Second Life, um porta-voz da Accenture explicou nesta sexta-feira à AFP:
"Precisamos de candidatos no setor das novas tecnologias, mas não conseguimos encontrar certos perfis de engenheiros ou técnicos de informática na França".
Neste contexto, a Second Life (secondlife.com) e seu sucesso entre os jovens é um "local privilegiado para encontrar nossas "presas", pos é um espaço freqüentado por pessoas viciadas em tecnologia", acrescentou o porta-voz.
No "salão virtual do emprego" de junho, organizado pela agência de publicidade TMPNeo, dita empresa adquiriu vários espaços no Second Life "para ir ao encontro de jovens em busca de inovação através do site neojobmeeting.com, onde espera receber cerca de 700 candidaturas.
A empresa organizará encontros em horários precisos com os candidatos selecionados. Tanto os empresários como os candidatos serão personagens virtuais e se comunicarão através de um "chat".
"Nas entrevistas clássicas as pessoas estão cada vez mais intimidadas. Com a Second Life, a proximidade prevalecerá, mas haverá uma barreira a menos", prevê Guerric de Beauregard, da direção de comunicação do grupo de cosmético L'Oréal.
No entanto, os organizadores da iniciativa advertem que estas entrevistas virtuais "não serão traduzidas num contrato imediato", pois será necessário um contato "real" antes de uma contratação.
Criada em 2003 pela empresa californiana Linden Lab, a Second Life conta com 6,8 milhões de habitantes, dos quais 1,75 milhão chegaram nos últimos meses.
Fonte: AFP