Os restos mais antigos de um humano moderno fora da África foram encontrados em Israel, oferecendo evidências de que pessoas migraram para fora do continente cerca de 50 mil anos antes do que se pensava anteriormente.
Fragmentos faciais, incluindo mandíbula e vários dentes foram encontrados no sítio arqueológico de Misliya Cave. Os resultados foram publicados na revista "Science", na quinta-feira (25).
Entre os ossos, há uma mandíbula superior de um jovem adulto - ainda sem sexo definido - que data de um período entre 175 mil e 200 mil anos atrás. Para estimar a data dos ossos, a equipe utilizou isótopos de urânio em decomposição e métodos luminescentes.
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A descoberta dos ossos demonstra que a espécie possui características que não estavam presentes nos Neandertais (espécie anterior à do homem), mas também indica que a imigração do homem para a África ocorreu antes do estimado pelos cientistas.
Até então, os últimos fósseis humanos tinham sido encontrados no Monte do Carmo, em Israel, e eram datados de um período entre 80 mil e 120 mil anos atrás.
Além de encontrar a arcada dentária, os cientistas descobriram algumas ferramentas de pedra, de aproximadamente 179 mil anos atrás, e uma prata esmaltada de um dente, de cerca de 174 mil anos.
Se as datas das descobertas estiverem corretas, "é impressionante", disse o arqueólogo Michael Petraglia, do Instituto Max Planck de Ciências Humanas de Jena, na Alemanha.
Já o antropólogo Israel Hershkovitz, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, afirmou que as descobertas sugerem que os ancestrais humanos surgiram antes do que imaginado. "Se a nossa espécie estava em Israel 200 mil anos atrás, isso sugere que ela é muito antiga - não de 300 mil anos atrás, mas mais antiga que isso."