Apesar de ter aderido à campanha do Dia Mundial sem Carros, junto a outras 107 cidades chinesas, Pequim passou o dia com muitos engarrafamentos e trânsito intenso. A intenção do governo local era fazer com que apenas ônibus e bicicletas circulassem nas ruas, mas isso não chegou a acontecer.
O comerciante Men Liang, morador de Pequim, disse que a poluição é sempre um grande problema para a cidade e que o governo chinês vem encorajando as pessoas a usarem bicicletas. Na avaliação dele, isso não é suficiente, porque o chinês continua usando carros, o que não é ilegal. Para Men Liang, no entanto, os chineses precisam desenvolver uma consciência ambiental: "Nós temos que fazer isso."
No mês passado, os moradores de Pequim adotaram o sistema de rodízio de carros por quatro dias, reduzindo a concentração de poluentes no ar em 20%, segundo dados da prefeitura. Autoridades chinesas pretendem repetir esse sistema durante a realização dos Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem, para garantir que atletas e turistas respirem um ar menos poluído.
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O embaixador do Brasil na China, Luiz Augusto de Castro Neves, explicou à Radiobrás que a proximidade com o deserto de Gobi, localizado na Mongólia, e o grande número de obras realizadas na cidade – cerca de 9 mil – contribuem para tornar Pequim uma das cidades mais poluídas do mundo. Segundo Castro Neves, o governo chinês busca parcerias com outros países, como o Brasil, para melhorar a legislação ambiental. "A preocupação com o meio ambiente é um tema ainda muito novo para o chinês", afirmou.
Pequim, ainda de acordo com dados da prefeitura, conta hoje com mais de 3 milhões de veículos e a cada dia, mil novas licenças para carros são emitidas. Mas a poluição da cidade também se deve a outros motivos: relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) revela que a demanda de energia do planeta deve crescer em mais da metade até 2030 e que o
carvão mineral, usado para gerar eletricidade, pode fazer com que os chineses se tornem os principais responsáveis pelo aquecimento global.
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