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Verifica casas

Engenheira formada pela UEL faz parte de avaliadores de danos do terremoto na Itália

Vítor Ogawa - Grupo Folha
30 out 2016 às 13:10

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- Reprodução/Facebook
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Engenheira civil formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cristiane Szabo faz parte do grupo de avaliadores de danos de terremoto do Conselho Nacional de Engenheiros Italianos. Todas as vezes em que ocorre um terremoto, ela é chamada para verificar as casas da população nas cidades atingidas. "Eu deveria estar essa semana na região de Rieti, porém como tinha alguns compromissos não pude ir", relata.

Moradora da região Marche, que foi atingida pelos tremores na quarta-feira (26), ela relata que hoje não estava na cidade em que reside. "Hoje estou em Luca, Toscana. Não senti o terremoto de hoje, porém, no de quarta-feira feira, com magnitude 5,4 e 5,9, eu estava em Macerata Feltria, minha casa", relata.

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Ela conta que nos tremores de quarta feira à noite, em torno das 19 horas do horário local, a magnitude dos tremores foi de 5,4 e às 21 horas atingiu 5,9 de magnitude. Nesse dia ela relata que não teve feridos. "A cidade atingida já tinha sido evacuada no terremoto de agosto. Só um homem morreu de infarto. Os edifícios que foram danificados já estavam interditados porque já tinham danos", expõe.

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Sobre o terremoto de hoje, às 7h40 do horário local, ela relata que o terremoto atingiu as cidades de Norcia e Cassia com uma magnitude de 6,5. A engenheira relata que desde agosto vem ocorrendo terremotos de assestamento, de pouca magnitude.

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"Hoje deu um terremoto mais forte que aquele de agosto. Daquele mês foi 5,9 e hoje 6,5. A Itália é bem organizada para ajudar as pessoas. Tem a proteção civil, que instala barracas nos lugares declarados seguros e o pessoal tem uma estrutura com banheiros enfermaria, etc. Na quinta-feira tinha mais de 2 mil pessoas desabrigadas que foram levadas para os hotéis na Riviera Adriática. Agora aqui é outono, então os hotéis estão fechados", destaca. A Riviera Adriática fica no litoral.


"A população se assusta muito e muitas vezes, mesmo se a casa não sofreu danos, os moradores não querem entrar porque não se sentem seguras. Eu moro a mais de 150 km distância do epicentro e a população já ficou muito assustada na minha cidade. Tanto que toda vez que dá um terremoto os edifícios públicos devem ser verificados", conta. "Hoje já me chegou o comunicado que já verificaram a escola das crianças, porque amanhã tem aula", conta.

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Sobre o terremoto de hoje, Cristiane afirma que existem muitas cidades que foram atingidas em torno do primeiro terremoto e muitos edifícios foram interditados por motivo de segurança em cidades de uma certa maneira longe, como Ancona. "Em todo o País houve 20 feridos. Não há desaparecidos ou mortos e não se sabe ainda o número de pessoas que estão fora das casas", revela.
Segundo ela, desta vez o epicentro foi a 5 km da cidade de Norcia. "Em Roma existem muitas escolas fechadas por motivo de segurança, os edifícios são velhos e não são construídos com as normas atuais anti-sísmicas", ressalta. "Ainda não há um número exato, porém são mais ou menos 100 mil pessoas que não podem retornar para casa. Não têm mortos ou desaparecidos, somente feridos que não correm risco de morrer", ressalta.


Ela ressalta que desde 1980 o País não registra um terremoto assim forte. "Teve muitos edifícios com danos na parte histórica das cidades Norcia, Camerino, Aquila, Preci", expõe.

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Ela revela que em Castelsantangelo sul Nera, cidade já atingida em agosto, o prefeito está desesperado. "Aqui o cemitério é vertical e alguns caixões saíram das tumbas pelo motivo do tremor. O sismo foi a uma profundidade de 10 km abaixo da terra".


A engenheira explica que ainda não se pode contar o número de pessoas que não podem retornar para as suas casas. "Ainda não me chegou nenhum comunicado oficial do grupo de verificadores de edifícios pós terremoto", aponta.


Cristiane já participou de verificações pós terremoto em 2012, na cidade de Cento, uma cidade da região Emilia Romagna, que foi atingida pelo terremoto naquele ano.

Cristiane Zsabo nasceu em Arapongas e estudou Engenharia Civil na Universidade Estadual de Londrina na década de 90.


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