O Conselho Federal de Medicina, a Associação e a Confederação Médica Brasileira publicaram nesta sexta-feira um artigo nos principais jornais do país defendendo a suspensão da abertura de novos cursos de medicina no Brasil e o fim da ampliação do número de vagas já existentes nos cursos oferecidos nas universidades brasileiras.
A declaração reforça a correta decisão do governador Roberto Requião em determinar o fechamento do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em maio passado. "Seria uma grande irresponsabilidade minha como governador deixar que alunos estudem numa faculdade sem condições de ensino, onde há falta de corpo docente e de equipamentos", explicou Requião na época.
No artigo, cujo título é 'Por que somos contra a abertura de novas escolas médicas', as entidades afirmam que não há necessidade de um número maior de médicos, mas sim uma política de saúde mais eficaz e que proporcione uma melhor distribuição dos profissionais pelo país.
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"Somos contra o que chamamos de 'atentado à saúde da população', pois o número excessivo de médicos formados anualmente, mais de dez mil, com formação profissional deficiente, se configuram num perigo para a sociedade", afirmam as entidades.
Segundo cálculos do Conselho Federal de Medicina, existem hoje 116 escolas médicas no país que oferecem mais de 11 mil vagas por ano. Dos 17 cursos de Medicina oferecidos por universidades estaduais de todo o país, o Paraná responde por quatro, ficando atrás apenas de São Paulo, onde há seis cursos. Outros sete Estados mantêm apenas um curso de Medicina.
Números da Secretaria de Ciência e Tecnologia mostram que as universidades estaduais paranaenses oferecem atualmente mais de 160 vagas na área por ano: 40 na Universidade de Maringá, 40 na Unioeste e outras 80 na Universidade de Londrina.
Segundo o presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, somente nos primeiros seis meses desse ano cinco novos cursos de medicina foram autorizados pelo MEC. As autorizações levaram o Ministério da Saúde a pedir a suspensão, por cento e oitenta dias, da abertura de novos cursos na área. O Conselho defende que as autorizações deveriam ser suspensas por, no mínimo, dez anos.
Além disso, segundo Andrade, o excessivo número de médicos subjuga os profissionais que já estão no mercado, fazendo com que os novos médicos aceitem pagamento a preço vil, o que os submetem a condições de trabalho inadequadas, expondo-os a cometer, com maior probabilidade, infrações éticas.
"Quando assumimos a defesa pela não abertura de novas escolas de Medicina e do não aumento de vagas já existentes, nos posicionamos como entidades que procuram defender a sociedade, um vez que o médico lida com o bem mais importante do ser humano: a vida", diz o artigo assinado pela Conselho e pelas Associação e Confederação Médica Brasileira.
Informações Agência Estadual de Notícias