A assembléia-geral dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) decidiu na noite desta sexta-feira (01) manter por tempo indeterminado a ocupação do edifício da reitoria da instituição. Os estudantes aprovaram a manutenção da reivindicação de revogação de decretos do governo que, segundo eles, ferem a autonomia universitária. Também foi aprovada a requisição de realização de uma "estatuinte" na universidade (assembléia geral da instituição para a elaboração de um novo estatuto).
A assembléia, que contou com aproximadamente mil pessoas, ocorreu um dia após o governador José Serra publicar no Diário Oficial do Estado de São Paulo um decreto declaratório que reformulou as cinco medidas publicadas anteriormente sobre a educação no estado.
Em entrevista à Agência Brasil, a professora titular de direito administrativo da Faculdade de Direito da USP, Odete Medauar, afirmou que a redação anterior dos decretos, assinados pelo governador José Serra no início do ano, possibilitava a interpretação de uma interferência na autonomia universitária, mas que a revisão, publicada no último dia 31 no Diário Oficial, deixa claro que os decretos não se aplicam à universidade e somente a outras áreas da administração que não têm a autonomia assegurada pela Constituição.
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Uma nova reunião entre alunos e a reitora da USP, Suely Vilela, deve ocorrer na próxima segunda-feira (04), quando é esperada também a realização de uma nova assembléia geral dos estudantes.
No último dia 31, o secretário estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, condicionou o avanço das negociações entre governo e manifestantes à saída imediata dos estudantes da reitoria. "Enquanto não houver desocupação da reitoria, não tem mais conversa", disse Marrey.