Um estudo da Universidade de Leicester traçou o perfil completo dos fãs de vários estilos musicais na Grã-Bretanha e descobriu que a coleção de CDs de alguém pode revelar muito mais sobre a personalidade do que se poderia imaginar.
Os pesquisadores afirmam, por exemplo, que um em cada quatro apreciadores de música clássica já experimentaram maconha, e revelam que os maiores usuários de drogas não são os roqueiros, mas os que preferem a música eletrônica e o hip hop.
"Os fãs desses tipos de música fizeram mais pontos em criminalidade, promiscuidade sexual e uso de drogas", afirma Adrian North, que liderou a pesquisa.
Leia mais:
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Olimpíadas e chuvas no Sul dominaram as buscas do Google em 2024
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
De acordo com a BBC Brasil, entre os 2,5 mil entrevistados para o estudo publicado na revista Psychology of Music, os admiradores de blues foram os que receberam mais multas de trânsito e os fãs de peças e filmes musicais se mostraram pacíficos e respeitadores das leis, além de demonstrarem um maior interesse em trabalhos voluntários.
Status - Os participantes responderam perguntas sobre religião, habitação, educação, trabalho, hobbies, entre outras. A pesquisa mostrou que as preferências musicais podem ser usadas como indicador de status financeiro, com os fãs de pop adulto e música clássica ocupando as camadas mais altas da sociedade britânica.
Quem ouve esse tipo de música também tende a pagar suas contas de cartão de crédito todo mês, ao contrário dos que preferem hip hop, rap e dance music.
O nível educacional também é um fator refletido nas escolhas musicais. Pessoas que obtiveram títulos de mestrado ou doutorado, por exemplo, têm mais chances de apreciar ópera, jazz, blues e música clássica.
Samba - Para ter um panorama ainda mais preciso sobre como o gosto musical se correlaciona com o estilo de vida das pessoas, os autores do estudo estão agora fazendo uma pesquisa em nível mundial através de um formulário online.
"Surpreendentemente, há pouquíssimos estudos sobre como a idade, sexo, status socioeconômico e personalidade podem ser ligados ao gosto musical das pessoas. A pouca informação disponível se concentra apenas nos Estados Unidos, então decidimos fazer um retrato global para descobrirmos quem gosta de quê", diz Adrian North.
Entre os estilos de música incluídos na nova versão da pesquisa está o samba. "Não temos a menor idéia de como seja a aparência de um típico sambista. Não há nenhuma informação sobre o que ele gosta ou como se comporta", afirma ele. "Queremos testar teorias, verificar se alguns estereótipos são verdadeiros e se o gosto musical vai refletir as características de culturas diferentes".