O Pentágono mobilizou duas brigadas da Guarda Nacional, ou seja, um total de 10 mil homens, para enviar ao Iraque em breve e pediu o alistamento de um terceiro contingente de 5 mil homens, anunciou ontem um comunicado do Ministério da Defesa. A decisão foi tomada porque os apelos dos Estados Unidos a outros países para que enviem mais soldados não foram atendidos.
As unidades que serão mobilizadas respectivamente nos dias 1º e 12 de outubro são a 30ª Brigada de infantaria da Carolina do Norte e a 39ª Brigada de infantaria de Arkansas, segundo o comunicado difundido na véspera. As duas brigadas já tinham sido notificadas em julho de que poderiam ser chamadas a intervir no Iraque, como parte de um plano de rotatividade, com o objetivo de diminuir a pressão sobre os soldados americanos já presentes naquele país.
Participação da Otan - O general alemão Harald Kujat, presidente do comitê militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal autoridade militar da Aliança Atlântica, considerou provável uma intervenção da organização no Iraque, em uma entrevista publicada pelo jornal Welt am Sonntag em sua edição de hoje.
Leia mais:
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Olimpíadas e chuvas no Sul dominaram as buscas do Google em 2024
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
''Se houver uma grande necessidade de contingentes para estabilizar o país, a questão será apresentada cedo ou tarde à Otan. A Aliança terá de decidir então se poderia deixar seu maior membro sozinho com suas dificuldades'', disse Kujat ao jornal alemão, referindo-se aos Estados Unidos.
''Não se trata unicamente de uma questão de solidariedade entre associados, mas também de uma questão que envolve o futuro da Aliança'', acrescentou.
O general Kujat mencionou o modelo do Afeganistão, onde a Otan apoiou primeiro indiretamente alguns de seus sócios, antes de assumir o comando de todo um setor.
Em relação ao Iraque, o general Kujat apresentou como condição para uma intervenção que a Otan possa exercer ''certo controle político''.
Protestos - Milhares de manifestantes promoveram, ontem, uma passeata em Londres para criticar a atuação dos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos no Iraque. O protesto foi marcado por faixas com as frases ''Bush e Blair devem sair' e ''Guerra no Iraque - ilegal, imoral e ilógica''.
Os manifestantes ocuparam o Hyde Park e as ruas próximas da Trafalgar Square, uma das praças mais famosas de Londres. Também em Seul, milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a possibilidade do envio de tropas da Coréia do Sul para o Iraque, atendendo pedido do Governo Bush.