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EUA suspendem entrada no país de estrangeiros que passam pelo Brasil

Marina Dias - Folhapress
25 mai 2020 às 08:13
- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente Donald Trump assinou neste domingo (24) um decreto que proíbe a entrada nos EUA de estrangeiros que tenham estado no Brasil nos últimos 14 dias como mais uma medida para tentar conter o avanço do coronavírus em seu território.

Esperava-se o anúncio de uma restrição dos voos com origem no Brasil – que já tinha sido cogitada publicamente diversas vezes pelo presidente americano, mas até este fim de semana ainda não havia um plano concreto na Casa Branca neste sentido.

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O documento deste domingo é mais amplo: engloba todos os estrangeiros que tenham passado pelo território brasileiro nas últimas duas semanas. Há exceções para portadores de green cards (residência permanente nos EUA), para cônjuges, filhos e irmãos de americanos residentes no país e para estrangeiros que viajem a convite do governo americano, além de integrantes de tripulação aérea.

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A medida começa a valer a partir das 23h59 do dia 28 de maio (no horário dos EUA).

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Um funcionário do alto escalão do governo Trump afirmou que os EUA estão considerando continuamente opções de proteção aos americanos, limitando a transmissão do vírus por meio das viagens, e que, portanto, Brasil e outros países poderiam entrar em algum momento no escopo das restrições.


O governo brasileiro, por sua vez, estava em contato diário com autoridades americanas e sabia que a Casa Branca e o Departamento de Estado monitoravam com preocupação a situação do Brasil, com casos e mortes confirmadas por Covid-19 aumentando em ritmo vertiginoso.

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Diplomatas brasileiros afirmam que, depois de os EUA suspenderem voos da China e da Europa (quando estes eram o epicentro da crise), esperavam que as restrições ao Brasil chegariam cedo ou tarde.


Mesmo assim, houve esforços da chancelaria nas últimas semanas para tentar evitar que a medida fosse implementada a voos do Brasil, justificando que transporte aéreo estava sendo utilizado quase que somente para cargas e repatriação de cidadãos.

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Desde março, o governo americano colocou o cenário brasileiro no radar e tem cogitado vetar os voos do país.


Em nota, a embaixada americana em Brasília destacou a cooperação entre os países. "Trabalhamos em estreita colaboração para mitigar os impactos socioeconômicos e de saúde da Covid-19 no Brasil."

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O assessor especial da Presidência Filipe G. Martins minimizou a medida ao publicar, no Twitter, que os EUA seguiram "parâmetros quantitativos previamente estabelecidos, que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o nosso". "Não há nada específico contra o Brasil."


Na sexta (22), a Organização Mundial da Saúde anunciou que a América Latina era o novo epicentro da pandemia, e o Brasil era o caso mais preocupante. Dois dias depois, o país alcançou mais de 22 mil mortes e 363 mil casos, e Trump anunciou o veto à entrada de quem passa pelo território brasileiro.

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Na semana passada, o presidente americano havia dito que cogitava suspender voos do Brasil. "Eu me preocupo com tudo, eu não quero pessoas vindo para cá e infectando nosso povo", afirmou Trump. Era a segunda vez em poucos dias que falava do assunto.


Horas depois, o embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster, disse que não havia até então nenhuma decisão sobre o cancelamento das rotas ou imposição de restrições aos brasileiros que quisessem viajar aos EUA.

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"Brasil e EUA seguem cooperando amplamente na resposta à pandemia. As autoridades americanas avaliam de forma permanente e rotineira a situação dos voos que chegam ao país, assim como o Brasil tem feito. Não há, no momento, nenhuma nova decisão quanto a cancelamento de conexões aéreas com o Brasil nem de imposição de restrições a este respeito", disse.


Os EUA têm hoje mais de 1,6 milhão de casos e 99 mil mortes, e a chegada de americanos ao Brasil está vetada há pouco mais de um mês.


A medida é similar à que os americanos impuseram à China e a países da Europa desde março. Nestes casos, só americanos ou estrangeiros com residência permanente nos EUA podem entrar no país vindo de nações sob restrição.


Horas antes da assinatura do decreto, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Robert O'Brien, disse em entrevista à CBS que uma decisão sobre Brasil seria tomada neste domingo. "Acho que teremos hoje [domingo] uma decisão sobre o Brasil, e espero que seja temporário", disse O'Brien. "Por causa da situação no Brasil, vamos tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo americano."


Possíveis restrições a outros países da América do Sul, por sua vez, devem ser analisadas.


Mais cedo neste domingo, o chanceler Ernesto Araújo havia destacado, no Twitter, uma doação de mil respiradores que os EUA fariam ao Brasil. Ernesto disse ter falado com representantes da Casa Branca neste domingo.


Trump evita criticar o presidente Jair Bolsonaro publicamente, mas fala da situação da pandemia no Brasil há semanas com gravidade e preocupação. Bolsonaro tem sido um dos poucos líderes do mundo– a minimizar a gravidade da Covid-19. O presidente brasileiro chegou a compará-la a uma "gripezinha".


O presidente americano também já havia dito que sua principal preocupação com o aumento de casos no Brasil era na Flórida, que costuma receber muitos brasileiros, e é um estado-chave na campanha para sua reeleição, com muitos latinos conservadores.


Durante um encontro em 28 de abril com o governador da Flórida, o também republicano Ron DeSantis, Trump levantou a hipótese de proibir os voos do Brasil. "Quando você olha os gráficos, infelizmente percebe o que está acontecendo com o Brasil", afirmou.


Na ocasião, o líder americano disse que provavelmente imporia medidas para obrigar brasileiros a passarem por testes de Covid-19 e a terem suas temperaturas medidas antes de embarcarem rumo ao território americano –o que não foi implementado.

Hoje há 13 voos semanais em operação entre Brasil e EUA, que continuam em operação, mas os passageiros que se encaixarem na nova medida não poderão entrar no país.


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