O mistério que cerca o desaparecimento de Taíza Thomsen, ex-Miss Brasil 2002, está cada vez maior, e as especulações crescem na mesma proporção. Desde quinta-feira (25), quando o pai de Taíza denunciou o sumiço junto à Delegacia da Polícia Federal, o assunto tomou conta de Joinville. Situada no vale do Itajaí, apesar de não ser a capital, Joinville é a maior cidade de Santa Catarina, com 487 mil habitantes (IBGE 2005).
Integrando a região de colonização alemã, é uma cidade organizada, limpa, que cultiva o trabalho, as reuniões familiares, a leitura e a dança, abrigando a única escola do Balé Bolshoi fora da Rússia. No século 19, a princesa Isabel e seu marido, o conde d'Eu, construíram ali uma residência de férias. Joinville ganhou, desde então, o apelido de Cidade dos Príncipes.
O desaparecimento de Taíza parece fazer parte do enredo de uma fábula. Como nos contos de fadas, há uma personagem principal com título de rainha, há romance, suspense, intrigas, e há medo. As poucas pessoas que deixam escapar algum comentário pedem para não serem identificadas. Embora sem confirmação oficial, é tido como certo o envolvimento amoroso de Taíza com o prefeito de Joinville. Fala-se da suposta gravidez, que teria levado a jovem a se afastar da cidade.
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Desde sexta-feira, o prefeito e a esposa viajaram, os telefones estão desligados, a casa dos pais de Taíza está fechada e ninguém atende o telefone. Enquanto isso, a Polícia Federal não descarta nenhuma hipótese. Uma delas seria o tráfico de mulheres, que leva muitas brasileiras a se prostituir na Europa. Ao contrário do que se imagina, nem só de moças pobres e desamparadas se faz esse ofício; boa parte delas tem inclusive curso superior.
Mesmo que a ex-Miss estivesse envolvida numa atividade clandestina ou constrangedora para a família - o que poderia explicar a demora da família em notificar o desaparecimento - nada justifica que ninguém, nem família nem amigos, tenha sinal dela há cinco meses.