As operações de buscas realizadas na nova zona onde a Marinha francesa estimou que estariam as caixas-pretas do voo AF 447 foram encerradas sem nenhum resultado, anunciou nesta quarta-feira em um comunicado o Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês), que investiga o acidente com o avião da Air France.
De acordo com o BEA, o navio que realiza as buscas vai retornar agora à área anterior, que estava sendo vasculhada desde o início de abril, ao noroeste da última posição do avião nos radares.
"Após ter se assegurado de que a melhor cobertura possível da totalidade da (nova) zona foi efetuada, o BEA decidiu retomar as buscas na área situada ao noroeste da última posição conhecida (do avião)", informa o BEA nesta quarta-feira à noite (no horário francês).
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Segundo o órgão, o navio norueguês Seabed Worker deverá chegar à região anterior de buscas na noite desta quarta-feira.
Minissubmarinos
Desde a noite de quinta-feira passada, o navio, equipado com dois minissubmarinos e um robô, estava vasculhando uma nova área de buscas, de apenas 200 km², localizada pela marinha francesa. Ela se encontra a 75 km ao sudoeste da última posição conhecida do avião.
Essa zona, em forma de retângulo e ao sul da área onde as buscas estavam sendo realizadas desde abril, foi delimitada na semana passada pelo Ministério da Defesa francês, após nova análise de dados sonoros coletados pelo submarino francês Émeraude entre junho e julho do ano passado, durante a primeira fase de buscas.
Naquela época, as balizas das caixas-pretas do avião ainda emitiam sinais sonoros que permitiam detectar sua localização.
As autoridades francesas haviam estimado na semana passada que os sons coletados no ano passado corresponderiam, em função de parâmetros técnicos, aos sinais sonoros emitidos pelas balizas das caixas-pretas do avião.
Esses dados coletados puderam, recentemente, ser melhor investigados com o auxílio de um programa de computador que não existia na época.
'Boas chances'
Em uma coletiva na segunda-feira passada, o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, havia declarado estimar que "havia boas chances de encontrar a fuselagem do avião nessa nova área de buscas".
"O sinal corresponde bem aos emitidos pelas balizas das caixas-pretas", afirmou o diretor na coletiva.
No comunicado divulgado nesta quarta-feira, o BEA informa que "continua trabalhando com a Marinha francesa para validar os dados do Ministério da Defesa".
O BEA também havia informado que se o avião se encontrasse nessa nova zona de buscas, isso significaria que ele teria dado meia-volta para retornar ao Brasil.
O órgão que investiga o acidente com o voo Rio-Paris afirmou também que as buscas na nova zona de buscas mais reduzida, encerrada nesta quarta, passou a ter um ritmo mais lento em razão de problemas técnicos com os dois minissubmarinos que vasculham a área.
As buscas voltarão a ser realizas na área de 2,5 mil km², ao noroeste da última posição conhecida do avião.
Essa zona foi fixada após uma série de estudos oceanográficos feitos por dez institutos internacionais, que analisaram as correntes marítimas, os ventos e uma série de parâmetros técnicos para reconstituir a trajetória dos destroços.
Segundo o BEA, as operações de buscas da fuselagem e das caixas-pretas do avião devem durar até 25 de maio.
O voo 447 da Air France caiu no Atlântico em 31 de maio do ano passado com 228 pessoas a bordo.