Funcionários dos Correios em 25 estados e no Distrito Federal deflagaram greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). O movimento não foi iniciado apenas no Sergipe, onde a assembléia foi suspensa por uma liminar judicial obtida pela direção da empresa. Nas regiões de Santos e do Vale da Paraíba (SP), haverá assembléias nos próximos dias.
No Paraná, assembléias realizadas em Curitiba, Maringá, Cascavel, Londrina, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Goioerê decidiram, por unanimidade, dar início imediato à greve, antes mesmo da meia-noite.
Sob chuva e frio, dezenas de trabalhadores passaram esta noite acampados em frente à sede estadual dos Correios no Paraná, localizada na rua João Negrão, em Curitiba. Durante a greve, este será o principal local de concentração dos trabalhadores na capital paranaense.
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Em São Paulo, logo após participarem de uma assembléia na praça da Sé (região central), os manifestantes promoveram piquetes na marginal Tietê e no setor de cargas do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande São Paulo), conforme informou o sindicato.
Pela manhã, eles pretendem parar agências e impedir a saída de carteiros dos centros de distribuição da empresa. Outra assembléia está marcada para as 15h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista (região central).
Paraná
A greve dos trabalhadores nos Correios do Paraná conta com a adesão de 80% dos 5.400 trabalhadores do estado. A avaliação é do secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues.
Em Londrina, segundo o presidente sindical Paulo Sérgio Gomes do Prado, a adesão à greve foi de 40%, sendo a maioria nas agências centrais.
De acordo com Prado, as correspondências estão paradas no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas. Só nas primeiras horas da manhã mais de 200 mil objetos não foram distribuídos pelos funcionários.
A direção dos Correios afirmou que funcionários temporários e transportes alternativos garantirão o serviço. As dependências do 5º BPM serão utilizadas provisoriamente para a triagem das correspondências.
Reivindicações
Os trabalhadores dos Correios reivindicam um aumento salarial da ordem de 47,17%, resultado da soma da reposição da inflação dos últimos 12 meses (6,61%), da reivindicação de reajuste real (20%) e da primeira de três parcelas das perdas de anos anteriores.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), no total, as perdas salariais acumuladas entre 1994 e 2004 chegam a 52,53%, conforme cálculos do Dieese.
Um carteiro em início de carreira recebe hoje, em valores brutos, exatos R$ 448,28. O valor líquido dessa remuneração equivale a pouco mais de um salário mínimo.
Além da reivindicação de aumento salarial de 47,17%, os trabalhadores dos Correios reivindicam a elevação do piso salarial, de R$ 448 para R$ 932.
Direção dos Correios oferece reajuste de 8%
Em reunião com o comando de negociação dos trabalhadores, a direção dos Correios passou a oferecer, além do reajuste de 8%, a antecipação de uma referência salarial por antigüidade em janeiro de 2006, o que implicaria num reajuste total de 11,9% no início do próximo ano. A proposta de abono, antes de R$ 400, passou para R$ 600.
O Sindicato questiona de forma especial a concessão de abonos, que não são incorporados ao salário para futuros reajustes nem são levados em conta para o cálculo de aposentadorias.
O Brasil possui mais de 100 mil funcionários nos Correios. Em todo o Paraná, cerca de 5,6 mil carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem, além de funcionários administrativos, trabalham nos Correios. Em Londrina são cerca de 400 trabalhadores.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Sintcom, ABr Folha Online