O último ataque promovido por extremistas islâmicos na Nigéria deixou ao menos 115 mortos, mais de 1.500 prédios destruídos e cerca de 400 veículos quebrados, segundo testemunhas.
Os ataques na cidade de Bama, um centro agrícola e comercial, ocorreram no dia em que o líder da rede terrorista Boko Haram alertou os principais políticos muçulmanos da Nigéria e líderes religiosos e tradicionais que eles seriam os principais alvos de ataques por perseguirem a democracia e uma educação ocidental.
"A razão pela qual eu vou matar vocês é que vocês são infieis, vocês seguem a democracia. Qualquer um que seguir a democracia é um infiel e meu inimigo", disse o líder do grupo terrorista, Abubakar Shekau, em mensagem de vídeo pontuada por tiros de armas automáticas.
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Nos quatro anos de rebelião do Boko Haram, o número de muçulmanos mortos supera significativamente o de cristãos. O grupo rebelde tem como objetivo transformar a Nigéria em um estado islâmico, ainda que metade dos 160 milhões de cidadãos sejam cristãos.
Kashim Shettima, governador do estado de Borno, onde Bama está localizada, disse ao presidente Goodluck Jonathan que o grupo Boko Haram está "melhor armado e mais motivado" que as forças de segurança do país.
O porta-voz do Ministério da Defesa, Chris Olukolade, rebateu em comunicado nessa semana que o Exército está a procura dos militantes, mas ataques como o ocorrido em Bama parecem contradizer a declaração.
O governador de Borno alertou que os ataques estão mais frequentes e mortais. No fim de semana, ao menos 150 pessoas morreram em ataques a oito cidades do estado. Durante a semana já foram registradas mais 40 mortes.