O grupo extremista islâmico Hamas e outros grupos palestinos estão prestes a aceitar uma suspensão dos ataques contra israelenses, disseram nesta segunda-feira autoridades palestinas, ao mesmo tempo em que Israel alertava que pode não aceitar o que considera um cessar-fogo tático para dar às milícias tempo de se reagruparem para mais violência.
Os termos do provável acordo entre o primeiro-ministro palestino Abu Mazen e os grupos não estão claros. Um mediador palestino que esteve em contato com ambos lados disse que a trégua teria um final em aberto e se aplicaria não só a Israel, mas também à Cisjordânia e à faixa de Gaza -condição importante para Israel.
Porém, o líder de um dos grupos armados, que pediu anonimato, disse que o Hamas aceitará apenas uma trégua de três meses. Líderes do grupo Jihad islâmico estariam tentando convencer seus membros a aceitar um acordo limitado, mas enfrentariam oposição.
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Autoridades palestinas, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Nabil Shaath, e o ministro da Informação, Yasser Abed Rabbo, estavam otimistas, dizendo esperar uma resposta positiva dos grupos. Um líder do Hamas, Mahmoud Zahar, disse que o anúncio não seria feito nesta segunda - contradizendo informações anteriores de autoridades palestinas - mas disse que a decisão viria logo.
Autoridades palestinas disseram esperar uma resposta positiva do Hamas à proposta de cessar-fogo com Israel, talvez até o final do dia, e fontes diplomáticas egípcias afirmaram que o anúncio seria feito no Cairo.
Líderes do Hamas desligaram seus telefones e se negaram a dar entrevistas. Um cessar-fogo é crucial para a implementação do plano de paz elaborado pelo Quarteto (Rússia, EUA, ONU e União Européia), que prevê a criação de um Estado palestino até 2005.
Na primeira fase, os palestinos devem combater os grupos militantes, enquanto Israel deve deixar gradualmente os territórios ocupados depois do início da Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.
Mas ondas de violência e esforços de cessar-fogo têm sido provocados tanto pelo Hamas como por Israel. A concordância de grupos militantes palestinos em suspender seu levante armado poderia ser um importante passo para sair do impasse.
Israel disse que aceitaria um cessar-fogo. Porém, autoridades israelenses continuam a suspeitar, dizendo que uma trégua seria apenas um plano para os militantes ganharem tempo para se reagruparem para mais ataques. Mazen declarou que não usaria a força contra militantes, temendo o início de uma guerra civil.
Uma fonte palestina envolvida nas negociações de cessar-fogo afirmou que uma cópia da proposta de cessar-fogo foi enviada a Khaled Mashal, dirigente do Hamas em Damasco (Síria). A proposta não especifica a duração do cessar-fogo.