No dia 26 de abril comemora-se o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, considerada uma das principais causas de ataque cardíaco, derrame cerebral e de aumento da mortalidade na população. Segundo dados do Ministério da Saúde, há no Brasil cerca de 30 e 40 milhões de hipertensos, mas apenas uma pequena parcela dos pacientes segue algum tipo de tratamento.
"Com o avanço do conhecimento científico, devemos lançar mão de todos os recursos que dispomos hoje, não só para controlar a hipertensão arterial, mas, também para evitar suas complicações potenciais. Infelizmente, ainda estamos longe desse ideal em nosso país, pois análises recentes demonstram que menos de 10% de nossos pacientes hipertensos têm sua pressão controlada", alerta o Dr. Jairo Lins Borges, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo.
De acordo com o Projeto Corações do Brasil, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 28,5% de nossa população adulta apresenta hipertensão arterial, representada por níveis de pressão sistólica (pressão máxima) iguais ou superiores a 140 mmHg e níveis de pressão diastólica (pressão mínima) iguais ou superiores a 90 mmHg, isolada ou simultaneamente. Segundo o Dr. Jairo Borges, "entre os idosos, acima de 65 anos, 60% a 70% da população tem pressão alta, sendo esta relacionada principalmente ao aumento dos níveis máximos ou sistólicos da pressão arterial, e é denominada hipertensão sistólica. Essa condição apresenta risco ainda mais elevado de complicações cardiovasculares do que a hipertensão diastólica, que é característica de populações mais jovens e se relaciona ao aumento da pressão arterial mínima".
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A hipertensão arterial costuma se apresentar associada a outros indicadores como diabetes, pré-diabetes, obesidade ou sobrepeso, e aumento do colesterol no sangue, o que agrava a situação, por aumentar ainda mais o risco cardiovascular. "Quando o hipertenso torna-se fumante, passa a incluir nesse perigoso arsenal, agora por iniciativa própria, outro grave fator de risco para complicações cardiovasculares. Na verdade, a soma desses fatores de risco no mesmo indivíduo tem efeito multiplicativo para aumentar a chance de complicações cardiovasculares", alerta o cardiologista.
A pressão alta está relacionada também a problemas de vista e de insuficiência renal, sendo uma das causas mais importantes e freqüentes de necessidade de diálise e de transplante renal.
"A partir de níveis de pressão arterial de 115/75 mmHg, cada aumento de 20 pontos na máxima ou de 10 pontos na mínima, dobra a mortalidade. Por isso, todos os adultos devem medir sua pressão arterial pelo menos uma vez ao ano. Crianças e adolescentes que tenham excesso de peso ou parentes próximos com pressão alta, diabetes ou obesidade, também são aconselhados a avaliar seus níveis de pressão arterial", afirma o cardiologista.
Tratamento
Atualmente a hipertensão arterial é tratada com medicamentos muito eficazes, seguros e que apresentam baixo risco de provocar efeitos colaterais. Devem, no entanto, ser utilizados exclusivamente sob orientação médica e após consulta clínica e realização de alguns exames laboratoriais.
Prevenção
Medidas simples de prevenção e auxílio no controle da hipertensão arterial podem e devem ser adotadas por todos, e ensinadas mesmo às crianças que assim podem crescer sem desenvolver hábitos considerados pouco saudáveis e que muitas vezes são difíceis de abandonar posteriormente. São elas:
1 - Evitar ao máximo o uso de sal na alimentação;
2 - Evitar o abuso de gorduras e frituras, bem como de açúcares de absorção rápida como os encontrados em doces, bolachas recheadas e chocolates, evitando-se com isso aumentar o risco de desenvolver diabetes e obesidade (condições que por si só predispõem à hipertensão arterial);
3 - Praticar atividade física aeróbia, como caminhar a maioria dos dias da semana por 30 a 60 minutos;
4 - Controlar a ansiedade e a tensão emocional;
5 - Evitar o fumo;
6 - Só consumir bebidas alcoólicas com bastante moderação.
O cardiologista salienta, ainda que, "a não adoção dessas medidas por pacientes hipertensos faz com que parte do efeito dos remédios que o médico utiliza para tratar a hipertensão arterial seja perdido. Desse modo, ele se vê obrigado a aumentar a dose ou adicionar mais medicamentos, para obter o mesmo resultado".
Fonte: Segmento Comunicação Integrada