Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Avaliação

Igreja Católica 'parou há 200 anos', diz cardeal

BBC Brasil
02 set 2012 às 10:40

Compartilhar notícia

- Reprodução
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A Igreja Católica está "200 anos atrás" dos tempos atuais, nas palavras do cardeal italiano Carlo Maria Martini, que morreu na sexta-feira (31) aos 85 anos.
A opinião do religioso – que chegou a ser citado como cotado ao papado – foi dada durante a sua última entrevista, gravada em agosto e publicada pelo diário Corriere della Sera, de Milão.

"A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes e vazias e a burocracia eclesiástica está crescendo, os nossos ritos religiosos e vestimentas são pomposos", afirmou o cardeal na entrevista, em que propôs uma mudança de direção radical.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Milhares de pessoas vêm prestando as suas últimas homenagens a Martini na catedral de Milão, onde ele foi arcebispo por mais de 20 anos, até se aposentar em 2002, já sofrendo do Mal de Parkinson.

Leia mais:

Imagem de destaque
Canine Collection

Louis Vuitton lança coleção para pets com casinha de cachorro a R$ 340 mil

Imagem de destaque
Direitos LGBTQIA+

Justiça de Hong Kong reconhece direitos de moradia e herança para casais do mesmo sexo

Imagem de destaque
Mais velho do mundo

Homem que nasceu no dia do naufrágio do Titanic morre aos 112 anos

Imagem de destaque
Pena máxima

França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens


Em sua última entrevista, o cardeal afirmou que muitos católicos perderam a confiança na Igreja Católica e defendeu, entre outras adaptações, uma postura mais generosa em relação aos divorciados.

Publicidade


Além disso, ele pediu que a mudança comece no topo com uma "transformação radical, começando pelo papa e seus arcebispos".


Escândalos sexuais

Publicidade


Martini tinha voltado à Itália recentemente, depois de passar os últimos se aprofundando em estudos bíblicos em Jerusalém.


"Os escândalos sexuais envolvendo crianças nos obrigam a uma viagem de transformação", disse Martini, referindo-se às várias acusações de pedofilia que surgiram contra líderes católicos nos últimos anos.

Publicidade


O popular cardeal jesuíta era considerado liberal em diversos aspectos e foi muito respeitado pelos papas João Paulo II e seu sucessor, Bento XVI.
Analistas dizem que ele ficou conhecido como crítico corajoso durante a sua passagem pela maior diocese da Europa.


Ele não se furtava a tocar em temas que muitos no Vaticano consideram tabu, entre eles, o uso de preservativos para combater a Aids na África e o papel das mulheres no clero.

Publicidade


Em 2008, ele chegou a criticar a proibição da Igreja à contracepção, afirmando que a postura possivelmente afastou muitos fieis. Dois anos antes, ele declarara publicamente acreditar que camisinhas são, em algumas situações, "o menor dos males".


No entanto, é muito incomum que um integrante do alto escalão do clero critique abertamente a forma com que a Igreja põe seus ensinamentos em prática.
Analistas afirmam que o papa agora tem pela frente uma decisão difícil: comparecer ou não ao funeral de Martini na segunda-feira – o que, para muitos, seria uma poderosa afirmação da unidade da Igreja Católica.

Publicidade


O atual pontífice é conhecido por não premiar líderes católicos que se atrevam a questionar a doutrina.


A última entrevista do religioso foi dada no início de agosto a um jornalista e ao também jesuíta Georg Sporschill.


O cardeal Martini foi um acadêmico e estudioso da bíblia respeitado, além de prolífico autor de livros populares sobre religião.

O Corriere Della Sera agora planeja distribuir cópias do último livro do cardeal , Fale do Coração (em tradução livre), aos seus leitores.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo