A Igreja Católica se prepara para discutir o uso de preservativos como forma de combate à infecção pelo vírus da Aids em uma conferência sobre doenças infecciosas realizada nesta semana no Vaticano. Tradicionalmente a Igreja Católica se opõe ao uso de preservativos e recomenda a fidelidade dentro do casamento ou a abstinência sexual como formas de prevenção.
Um importante cardeal do Vaticano até mesmo questionou publicamente a eficácia dos preservativos como barreira à passagem do vírus HIV. Mas, com relatórios das Nações Unidas alertando para crescentes níveis de infecção no mundo, há sinais de que uma possível mudança de política no Vaticano possa estar sendo discutida.
Investigação - O papa Bento 16 encomendou uma investigação sobre os aspectos científicos e morais do uso de preservativos.
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O chefe do Conselho do Vaticano para o cuidado pastoral à saúde, o cardeal mexicano Lozano Barragan, anunciou que o relatório de 200 páginas foi passado a teólogos para possível uso em documentos do papa.
Vários altos membros da Igreja Católica, incluindo o ex-arcebispo de Milão, cardeal Martini, um dos cotados para ser escolhido papa após a morte de João Paulo 2º, já defenderam mudanças nas doutrinas católicas sobre o assunto. Eles dizem que a Igreja deveria considerar permitir o uso de preservativos por casais casados quando um dos parceiros está contaminado pelo vírus HIV.
Ameaça - A conferência desta semana deve considerar o problema tanto no seu aspecto científico quanto ético.
O cardeal Lozano Barragan diz que a disseminação da epidemia de Aids e as novas infecções virais constituem uma ameaça séria para a saúde mundial.
Até agora, o Vaticano tem sido cauteloso em divulgar qualquer documento que possa ser interpretado como uma autorização para o uso de preservativos para interromper a disseminação do vírus HIV, sob o argumento de que isso encorajaria a promiscuidade. "Nenhuma resposta da Igreja pode encorajar uma atitude sexual libertina", disse o cardeal. (BBC Brasil)