Um presépio montado em Viareggio, balneário turístico situado na região italiana da Toscana, virou alvo de debates no país por incluir uma representação do menino Jesus na cor negra.
Segundo a vereadora Elisa Montemagni, do partido ultranacionalista Liga Norte, a tradição cedeu espaço à instrumentalização. "Não há dúvidas de que Jesus representa todos os cristãos e, seguramente, não é um problema a modalidade na qual ele é representado, mas me pergunto se é justo instrumentalizar uma tradição do nosso cristianismo", declarou.
Na visão de Montemagni, é "evidente" o caráter "propagandista" da ação, já que a cor da pele de Jesus no presépio é diferente das de José e Maria. Na página da vereadora no Facebook, um apoiador acrescentou: "vergonha, no ano que vem veremos uma mesquita no lugar da cabana". Outro usuário escreveu que "apenas um idiota" colocaria um menino negro no presépio.
Leia mais:
Em nova acusação contra Diddy, homem diz que foi drogado e estuprado em carro
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Por outro lado, Alessandro Santini, coordenador do partido conservador Força Itália (FI) na cidade, disse que não vê problemas, "até porque, um menino nascido em Belém, de pais de Nazaré e morto em Jerusalém não teria a pele branca, os cabelos loiros e os olhos azuis", afirmou.
Por sua vez, o prefeito de Viareggio, Giorgio Del Ghingaro, disse no Facebook que as estatuetas brancas eram furtadas assim que eram colocadas no presépio. "Uma alma boa levou um [Jesus] negro para ver se também o roubam. Talvez um ladrão arrependido, ou um cidadão não convencional que viu a manjedoura vazia. Nunca vamos saber, acontecem coisas estranhas no Natal", ironizou. (Ansa)