A Coréia do Norte acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo impasse em torno de seu programa nuclear e chamou a presença norte-americana na península de um câncer, de acordo com a imprensa estatal.
A nota da Agência de Notícias Central Coreana, transmitida nesta terça-feira, também afirma que Washington será julgado por descarrilar o processo de desnuclearização.
"Os Estados Unidos são os principais responsáveis pela anulação da declaração conjunta das Coréias do Norte e do Sul (de 1992), por descarrilar o processo de desnuclearização da Península Coreana e cuja presença, como um câncer, põe em perigo a paz e a segurança na Coréia e no resto do mundo", afirmou a agência.
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A Coréia do Norte ressaltou que a guerra no Iraque ensinou ao mundo que um país só estará seguro se contar com meios próprios de se defender.
Portanto, argumentou Pyongyang, é necessária uma grande escalada militar para evitar a eclosão de uma guerra nuclear na Península Coreana.
"A Coréia do Norte fortalecerá sua defesa o suficiente para destruir os agressores com um só golpe", afirmou a agência estatal. "Um ataque aéreo dos Estados Unidos será decisivamente retribuído com um ataque aéreo e uma estratégia por terra será enfrentada com uma estratégia por terra".
Em outubro do ano passado, os Estados Unidos declararam que autoridades norte-coreanas haviam admitido para diplomatas norte-americanos que Pyongyang possuía um programa de armas nucleares, o que infringiria acordos internacionais.
A Coréia do Norte, no entanto, rejeitou tais alegações.
Enfrentando retaliações dos Estados Unidos, do Japão e da Coréia do Sul, que suspenderam punitivamente o envio anual de 500 mil toneladas de combustível, a Coréia do Norte anunciou que reativaria suas usinas nucleares em razão de sua significativa carência de energia e, em dezembro, expulsou do país os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
No mês passado, diplomatas norte-coreanos reuniram-se com autoridades norte-americanas e chinesas em Pequim, no primeiro encontro entre delegações de Washington e Pyongyang desde outubro.
Na capital chinesa, a Coréia do Norte teria declarado, segundo porta-vozes do Governo Bush, possuir pelo menos uma bomba nuclear.
Mas o Ministério das Relações Exteriores da China disse não ter testemunhado tal admissão.