As prisões do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, repercutiram nesta quinta-feira (26) na imprensa internacional. Ambos foram presos na quarta (25), em Brasília, acusados de tentar obstruir o andamento da Operação Lava Jato.
O site do jornal inglês Financial Times afirma que a prisão do "banqueiro bilionário" foi inesperada e inédita, pois extrapola o âmbito das investigações a ex-diretores da Petrobras, lobistas e políticos e chega, pela primeira vez, ao "sofisticado mundo dos negócios na Avenida Faria Lima, em São Paulo".
Para o jornal americano The New York Times, a prisão de Delcídio pode dificultar os planos do governo de aprovar, no Congresso Nacional, as medidas do ajuste fiscal importantes para a retomada do crescimento econômico, além de "aprofundar a crise política" que a presidenta Dilma enfrenta desde que foi reeleita.
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A matéria do espanhol El País explica os motivos que justificaram a prisão do "13° homem mais rico do país", André Esteves, e do líder do governo no Senado e algumas consequências das prisões: o dólar voltou a subir e o Ibovespa, da bolsa de valores de São Paulo, caiu ontem.
Com a manchete "As sombras de uma crise que não para de crescer", o argentino Clarín discorre sobre a atuação dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo no episódio, ao lembrar que, por se tratar de um parlamentar no exercício de seu mandato, a prisão teve de ser referendada pelo Supremo Tribunal Federal e aprovada pelo plenário do Senado. Em votação aberta e por 59 votos, os senadores decidiram pela permanência de Delcídio na prisão. Ele está na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A prisão do banqueiro André Esteves também foi noticiada no site da BBC de Londres que destaca que, apesar da presidenta Dilma Rousseff não estar diretamente implicada no escândalo da Lava Jato, ela – que já presidiu a Petrobras –, enfrenta forte pressão política. A matéria traz também a nota do partido de Delcídio do Amaral, o PT, na qual o presidente da sigla, Ruy Falcão, se diz "perplexo com os fatos", mas que nenhum dos atos atribuídos ao senador estão conectados com suas atividades para o partido.