O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) quer conter as divisões internas entre trabalhadores rurais em alguns assentamentos espalhados pelo país. Essas divisões são marcadas na forma de associações independentes, legalmente formadas, com ata e registro, e que, segundo o presidente do órgão, Marcelo Resende, eram estimuladas pelo governo anterior.
Essas divisões ocorrem independentemente do movimento aos quais os sem-terra estão ligados. Por exemplo: em um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pode haver um racha entre os assentados. Os descontentes, então, criam uma associação, se mantêm na área e negociam diretamente com os órgãos do governo federal os assuntos do interesse de um grupo específico.
"Tem dentro dos assentamentos algumas associações individuais, pontuais. Nós, inclusive, queremos frear essa política. Houve uma indução do governo anterior a criar associações", disse Resende, acrescentando: "Isso é inconcebível".
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Tais divisões internas, segundo Resende, fazem com o que o Incra tenha que, por exemplo, negociar a liberação de créditos de forma separada com os vários grupos de um mesmo acampamento, burocratizando ainda mais o trabalho.
"Com esse tipo de política nós não vamos conviver. Obviamente, nós respeitamos, porque ninguém tem mais divisão do que o PT. Nós também somos grupos que dividimos. Mas não dá para o governo ficar fomentando a fragmentação, isso nós não vamos fazer", afirmou.
Os motivos que levam os trabalhadores rurais assentados a se dividirem são diversos. De acordo com Resende, cabe aos próprios movimentos resolverem suas questões internas, mas evitando as divisões em associações.