A ordem em Boa Vista, capital de Roraima, é resistir. Fazendeiros e índios prometem não desistir da luta pelas terras da reserva indígena Raposa Serra do Sol. "Não podemos nos entregar. Estamos em guerra", disse o fazendeiro Agenor Fátio, que tem plantações de arroz nas terras.
Desde terça-feira, manifestantes, entre eles posseiros, fazendeiros e índios, protestam contra a homologação contínua da reserva Raposa Serra do Sol. Eles querem que a área seja demarcada em forma de ilhas, deixando de fora cidades e fazendas produtivas. De acordo com outro fazendeiro, Paulo César Quartiero, isso representa 10% de uma área de 1,7 milhão de hectares.
A situação no estado é delicada. A reserva foi demarcada em 1998 e desde então espera pela homologação. Vivem na região cerca de 15 mil índios e quase 700 brancos. O ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, esteve no estado no ano passado, visitou tribos e conversou com as lideranças. No final de dezembro, ele anunciou que as terras seriam homologas de forma contínua. A decisão não agradou a muitos, principalmente, os grandes produtores do estado e o próprio governo, que defende a homologação fatiada.