O Ministério das Relações Exteriores rebateu hoje (19) as alegações de que o embaixador brasileiro na Venezuela, Ruy Pereira, não tenha dado o apoio necessário à comitiva de senadores que tentou visitar líderes políticos que se opõem ao regime de Nicolás Maduro.
Segundo um porta-voz do Itamaraty, a diplomacia brasileira adotou o protocolo usado em missões que não envolvem visitas de chefes de Estado, fornecendo apoio logístico e encaminhando os pedidos às autoridades venezuelanas.
De acordo com o porta-voz, existe uma diferenciação entre uma visita de chefe de Estado e as demais missões externas. Ele reiterou que a embaixada brasileira em Caracas prestou todo o apoio devido.
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Além de ter cedido o avião da Força Aérea Brasileira à comitiva de senadores, o Itamaraty pediu a autorização de sobrevoo e de pouso da aeronave na capital venezuelana e alugou a van para os senadores.
Os senadores, ressaltou o porta-voz, foram recebidos pelo embaixador no Aeroporto Internacional de Maiquetía, a 21 quilômetros do centro de Caracas. Ruy Pereira e um diplomata de ligação, que ficava conectado por telefone com os parlamentares, seguiram em um carro na frente da van.
De acordo com o Itamaraty, o fato de a van estar escoltada por batedores indica que o governo de Nicolás Maduro tinha autorizado o deslocamento da comitiva para a penitenciária de Ramo Verde.
O Itamaraty, no entanto, esclareceu que o embaixador brasileiro e o diplomata de ligação seguiam na frente da van apenas porque havia uma única rota de saída do aeroporto. De acordo com o porta-voz, a agenda da visita, inclusive o encontro com esposas de presos políticos na porta do aeroporto, foi inteiramente fechada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, sem a intermediação do Ministério das Relações Exteriores.
Ao saber que os senadores não tinham conseguido ir à penitenciária, informou o porta-voz, o embaixador retornou ao aeroporto e despediu-se dos parlamentares. O protocolo diplomático estabelece a presença do embaixador no aeroporto tanto na chegada como na despedida.
Segundo o Itamaraty, havia a possibilidade de os parlamentares passarem na embaixada brasileira após a visita ao presídio, mas que os diplomatas não chegaram a saber se a comitiva tinha a intenção de visitar o embaixador ou de retornar diretamente ao aeroporto.
Conforme o Itamaraty, o engarrafamento que impediu o deslocamento da comitiva foi provocado pela transferência a Caracas, no momento da chegada dos senadores, de um cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano.