O gabinete ministerial do Japão aprovou nesta terça-feira a reinterpretação de um artigo da Constituição que limitava o uso da defesa apenas dentro do seu território e agora permite que o Exército defenda outras nações com base no que é conhecido como "autodefesa coletiva".
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, disse que a mudança é necessária para proteger a vida do povo japonês em um ambiente de segurança internacional cada vez mais grave. Agora, navios de guerra japoneses poderão, por exemplo, ajudar a proteger embarcações norte-americanas que defendem o Japão.
"A paz não é algo que você espera para ser dado, mas é algo que temos de conseguir por conta própria", disse ele em uma entrevista coletiva televisionada.
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A questão tem dividido o Japão, onde, por um lado, muitos se preocupam com a crescente assertividade militar da China, e por outro, são assombrados pelo fantasma da escalada militar que levou à Segunda Guerra Mundial.
Cerca de 2 mil pessoas protestaram do lado de fora do escritório de Abe, dizendo que qualquer mudança na Constituição deve ser feita por meio de um referendo público, e não simplesmente uma reinterpretação do gabinete ministerial.
"Há 70 anos, o Japão manteve a paz com a sua Constituição", disse Toshio Ban, de 67 anos. "O que devemos fazer com este homem estúpido que está tentando pisotear a nossa preciosa Constituição?", afirmou o idoso.